Atrasados de 22/4 da Coronavac não receberão 2° dose em maio
Quem estava agendado para receber a segunda dose da CoronaVac no dia 21 de abril tem chance de ser imunizado. Mas, pelo menos a metade deles, não será contemplado com a dose que falta. Façamos as contas apenas para os do 21 de abril: são 4.943 pessoas, estão recebendo a segunda dose tão somente 1.550 dos 4.943. Na quinta-feira provavelmente Campo Grande receberá aproximadamente 2.500 novas doses. Algo como 800 pessoas desse grupo ficarão sem a segunda dose em maio. Entendam bem, aqueles que tomariam a segunda dose em 22/4 não tem chance alguma de receber o imunizante em maio.
Quando chegará o novo lote de IFA?
Somente no dia 15 de fevereiro o Ministério da Saúde assinou o segundo contrato com os chineses visando adquirir novas 54 milhões de doses da CoronaVac. O primeiro contrato comprou 46 milhões de doses desse imunizante e terminará de ser entregue na quinta-feira (algo como 2.500 doses para Campo Grande). Não há data para o reinício de entrega de novos IFAs. Ainda que o Butantan não confirme, há esperança que esse novo carregamento de IFAs chegue na segunda quinzena de maio. O Butantan leva de 21 a 25 dias para começar a entregar novos lotes de vacinas prontos para aplicação. Portanto, não há nenhuma esperança de que terminem de vacinar os atrasados do dia 21 de abril neste mês que se inicia.
Nem em junho entregarão a segunda dose para quem estava agendado para o dia 24 de abril.
Mas é ainda pior para quem estiver aguardando a segunda dose à partir do dia 23 de abril. Para aqueles que aguardam a complementação do imunizante desde o dia 25 de abril, nem mesmo em junho receberão a tão sonhada segunda dose. Há alguma possibilidade dos atrasados do 23 e 24 de abril de vacinarem em junho. O Butantan, ainda que receba gigantescas remessa de IFAs, não tem capacidade de produzir mais do que as quantidades que está entregando agora para o ministério.
Há saída para o caos da segunda dose? O Purgatório.
Inicialmente, a sugestão para superar o caos criado era a terceira dose da CoronaVac. Essa alternativa dificilmente será exequível. O Butantan trabalha no limite da capacidade produtiva e não tem como entregar algo como 80 mil doses para Campo Grande em junho ou julho. Essas 80 mil doses são o mínimo que faltará em junho. Pode ser bem mais. Terceira dose inviabilizada, só resta a alternativa de começar tudo de novo. Reiniciar o processo de vacinação para aproximadamente 80 mil pessoas em Campo Grande será um martírio. Caso contrário, teremos, pelo menos, 80 mil campo-grandenses vacinados mas não imunizados. Eles ficarão no limbo vacinal. Nem no inferno sem dose alguma de vacina e nem no paraíso onde entraram aqueles que tomaram a segunda dose. Esse lugar é chamado de Purgatório?
