Auxílio emergencial, vital para os "invisíveis" e para Bolsonaro 2022
Não há como debater, o auxílio emergencial foi o maior programa de transferência de renda da história do Brasil. Também foi o mais caro. Os gastos do governo com o auxílio, pago durante nove meses, ficaram na casa dos R$ 300 bilhões, o que representa cerca de 4% do PIB - ou seja, equivale a 4% de todos os bens e serviços produzidos no país no ano.
Os "invisíveis " de Guedes.
Guedes havia feito uma avaliação de que não haveria necessidade do auxílio emergencial em 2020. Acreditava que a atividade econômica melhoraria, apesar da pandemia. Em março, o Congresso Nacional impôs a Guedes a política econômica que salvaria o país: criou o auxílio emergencial de R$ 600 para os trabalhadores informais e autônomos, os "invisíveis", como Guedes os denominou. Foram 67 milhões de brasileiros agraciados, um alcance muito maior que os 30 milhões do Bolsa Família petista. A partir de setembro, o valor foi reduzido a R$300 por mês. Junto com as máscaras e o distanciamento social, esse auxílio salvou a vida milhares de brasileiros.
Bolsonaro vai às alturas.
Burocrata como Guedes, que só vê bilionários, puxa-sacos e funcionários públicos, realmente não enxerga a população brasileira e suas carências. Apesar de sua contrariedade ideológica, o auxílio emergencial construiu uma etapa de popularidade para Bolsonaro impensável até pelos seus mais fanáticos seguidores. O líder supremo da nação. Chegou a 39% de bom e ótimo nas pesquisas e, logo a seguir, 42% dos eleitores o aprovavam.
Guedes vence, Bolsonaro caminha para a impopularidade.
No fim de 2020, com a popularidade de Bolsonaro nas alturas, Guedes encontrou o caminho para convencer o presidente da desnecessidade do auxílio emergencial. No final de janeiro, o presidente disse que o auxílio emergencial iria "quebrar o Brasil". Com a premência das eleições para presidente da Câmara e do Senado, Bolsonaro, em seguida, passou a adotar o discurso do "talvez". Aceitaria discutir a existência do auxílio. Mas os passos mancos - agradar Guedes e banqueiros ou políticos - produziram efeitos nefastos para sua imagem. Bolsonaro começava a caminhar para a impopularidade.
Pesquisa da XP/ Ipesp mostra queda vertiginosa de Bolsonaro.
Para o militante bolsonarista, quando as pesquisas do DataFolha ou Ibope desfavorecem o líder supremo da nação, imediatamente as carimbam de esquerdistas. Não há como carimbar as pesquisas da XP investimentos com o Ipesp de esquerdista. Trata-se de uma empresa diretamente ligada aos interesses de Guedes: o mercado financeiro. No dia 08 de fevereiro, essa pesquisa trouxe a curva descendente de Bolsonaro na popularidade. A avaliação negativa do governo Bolsonaro era indiscutível, chegava a 42% de ruim e péssimo. Em setembro, apenas 31% consideravam o governo Bolsonaro ruim ou péssimo. A pesquisa trouxe ainda um quadro de incertezas eleitorais. Mostrou que Moro, Ciro, Haddad e Huck podem vencer Bolsonaro no segundo turno. Bolsonaro não tem saída, criará um novo auxílio emergencial.