Carros, como (literalmente) afastar o coronavírus
Durante o ano passado, enquanto as autoridades de saúde tentavam conter a pandemia, os pesquisadores colocaram toda a atenção em alguns ambientes arriscados. Rastrearam casos de covid em academias, mapearam assentos em bares e restaurantes, modelaram procedimentos em aviões e estudaram a ventilação em hospitais. Mas prestaram quase nenhuma atenção a um ambiente do cotidiano: o carro. Por transportar poucas pessoas, um carro não é um ambiente de super-difusão do vírus como é o recinto fechado de um bar. Mas os carros apresentam riscos elevados. São espaços pequenos e hermeticamente fechados que tornam o distanciamento social impossível e prendem as minúsculas partículas suspensas no ar, que podem transmitir o vírus.
O mapeamento de vírus em um carro.
A Brown University usou simulações de computador para mapear como os vírus no ar agem dentro de um carro. Saber abrir janelas pode criar correntes de ar que ajudam a manter motorista e passageiros protegidos do coronavírus. A equipe começou os testes baseados em um Toyota Prius, dirigido a 60 quilômetros por hora, levando um motorista no banco dianteiro esquerdo e um único passageiro no banco dianteiro direito, um arranjo de assentos comum em táxis. Descobriu que o ar tende a fluir da parte de trás para a frente. Esse é o mapa inicial de circulação do vírus. Sai de trás para a frente.
Janelas opostas, a melhor estratégia.
É claro que manter todas as janelas abertas é a melhor solução para criar uma barreira contra o vírus. Como nem sempre essa é a prática, os cientistas modelaram várias opções. Descobriram que, embora aparentemente mais intuitiva - fazer com que o motorista e o passageiro abaixem suas janelas - a melhor estratégia é abrir as janelas opostas a cada ocupante. Essa configuração permite que o ar fresco entre pela janela traseira esquerda e saia pela janela dianteira direita, criando a melhor barreira possível entre o motorista e o passageiro. Funciona como uma cortina de ar. Limpa quase todos os vírus liberado pelo passageiro e cria uma região de vento forte entre o motorista e o passageiro.
Mudança de hábito: todo mundo dirigindo como se fosse táxi.
Mas, atenção: a proposta da experiência é para abandonarmos a tradição de um passageiro ficar ao lado do motorista. O aconselhamento é: todos passarem a andar com seus carros como se fossem táxis, com o passageiro no banco direito traseiro.
A abertura das janelas.
Há outra novidade na pesquisa. Descobriram que abrir as janelas pela metade proporciona o mesmo benefício que abri-las totalmente. Já abri-las em apenas um quarto é a opção menos eficaz.
