De quem é a culpa da epidemia de dengue que retornou?
A Saúde informa: substituição na equipe da epidemia. Sai o coronavírus, entra a dengue. A dengue voltou com força total. O número de casos dobrou em comparação com o ano passado. As regiões mais afetadas são o Centro-Oeste e o Sul. Menos mal, desta vez não partidarizaram a epidemia. Todas as torcidas estão irmanadas em uma mesma direção: morte ao mosquito!
A mesma ladainha de sempre.
As autoridades não se cansam de jogar a culpa na população. Afirmam, incessantemente, que a maior porcentagem de criadouros do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, está nos domicílios. Elas, autoridades, nada tem a fazer, além de jogar um pouquinho de fumaça nas ruas das cidades. Há uma versão popular de que os mosquitos estão "viciados" no fumacê, seria algo similar a fumar um cigarrinho. No mais, dizem os mandatários, nada há a fazer. O povo deve cuidar de seus reservatórios de água. Os poderosos ligaram o famoso do botão do fod.......
A passividade popular.
Se, por um lado, as autoridades pouco se importam com a dengue, a população tende a tomar a mesma atitude. A enquete do Campograndenews revelou um dado desastroso: algo como 2% da população, entre 9 e 45 anos, tomou a vacina da dengue. O percentual é chocante. Ainda que a vacina não seja gratuita, os 2% mostram uma imensa passividade popular. Parcela significativa da população perdeu o medo dessa epidemia. Há outra parte que aguarda, de braços cruzados, a visita dos agentes de saúde para eliminar os "criadouros" de mosquito.
O abastecimento de água precário.
Segundo dados do IBGE, mais de 6 milhões de residências não recebem água encanada, o que priva mais de 18 milhões de brasileiros de abastecimento. O acesso à distribuição de água tem avançado a conta-gotas. Em 2017 tínhamos 16,4% das residências brasileiras sem água encanada, no ano passado, esse percentual tinha caído para 16,3%. Essa situação é péssima em Mato Grosso do Sul. Em 2021, diz o IBGE, 35% das residências não tinha abastecimento de água. É chocante, um terço dos moradores do Mato Grosso do Sul tem de guardar água em todos os recipientes possíveis e imagináveis... muitos sem tampa. É como dizer: "vinde a mim mosquitinho, este é teu reino e tua glória".