Feriadão da pandemia é apagar um incêndio com copo de água
O Brasil enfrenta em março o pior momento da pandemia. Os números batem recordes em casos, mortes, internações e lotações de UTIs. Em Campo Grande, há outro recorde: é a Capital com menor respeito pelo distanciamento, multidões não saem das ruas. Há inúmeros registros de mortes nas filas por uma vaga nas UTIs. Medicamentos para intubação começam a faltar. Se comprovarem os testes iniciais que mostram que há cinco novas variantes do coronavírus no Brasil, que fogem do nosso sistema imunológico, seremos, brevemente, o centro mundial de mortes e transmissão. Aproxima-se um inferno nunca imaginado.
A antecipação de feriados é experiência quase nula.
A antecipação de feriados, em um modelo curto, já foi tentada na cidade de São Paulo, em 2020. Especialistas dizem que o sucesso da medida depende da adesão da população, de regras draconianas e de fiscalizações severas para garanti-las. Também há necessidade das malfadadas punições. Quando da antecipação do feriadão em São Paulo em 2020, o resultado foi pífio. Repetem a semi-inútil regra de isolamento tão somente para aparecer na imprensa como se estivessem tomando medidas para combater o colapso do sistema de saúde.
Combater incêndio com copo de água.
Férias e não uma medida para combater a pandemia. Essa é a atitude de parcela significativa da população. Férias é época de diversão, de aglomeração, que pode resultar no aumento das infecções. A única alternativa comprovadamente eficaz é o lockdown. Mas se faltam medicamentos e vacinas, falta ainda muito mais, coragem para as autoridades. Coragem é o bem mais escasso no mundinho dos que mandam. Parece só existir, em doses gigantescas, no meio de médicos e enfermeiras.
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