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Em Pauta

Fisher Island, o sonho dos brasileiros ricos

Mário Sérgio Lorenzetto | 16/05/2018 08:17
Fisher Island, o sonho dos brasileiros ricos

Essa é uma ilha privada colada a Miami. Só é possível chegar até Fisher Island através de ferriboat, um navio que transporta gente e carros. É o endereço mais rico do mundo. O lucro mínimo de seus 1.300 habitantes ronda os US$2,5 milhões anuais. Eles têm a sua disposição praias próprias com areia branca, trazida das Bahamas, e suas identidades raramente são reveladas. Uma de suas maiores atrações é a alta privacidade e segurança.
Os moradores não necessitam sair de lá para nada. É uma cidade em si mesma, com escolas, supermercado, clinica de saúde, banco, correio, campo de golfe, tênis, duas marinas - quase todos são proprietários de iates - lugares para diversão é um pequeno observatório astronômico. Não há nada igual no mundo.
Seu único concorrente é Porto Cervo, na Sardenha italiana. A diferença para os milionários é que em Fisher Island só vivem seus iguais, enquanto no paraíso italiano há residentes pobres.
Fisher Island é um extremo da iniquidade social característica de Miami, em 2017 a segunda zona dos EUA com maiores níveis de pobreza (a primeira é Skid Row, em Los Angeles). A tão somente dez minutos da ilha dos milionários, se encontra Overtown, onde as famílias vivem abaixo do limiar da pobreza e abundam as drogas e a violência.
Nessa ilha não existem mansões e sim edifícios medianos com apartamentos acima de 400 metros quadrados. O mais barato é um diminuto estúdio, com um quarto, ao custo de US$1milhão.
Em Fisher Island convivem vizinhos de 37 nacionalidades, mais da metade de norte americanos. Em segundo lugar estão os brasileiros milionários ocupando 10% dos apartamentos. Os brasileiros foram compradores vorazes entre 2008 e 2010, quando o real era forte em meio ao crash global.

Fisher Island, o sonho dos brasileiros ricos
Fisher Island, o sonho dos brasileiros ricos
Fisher Island, o sonho dos brasileiros ricos
Fisher Island, o sonho dos brasileiros ricos

Skid Row, a capital da miséria nos Estados Unidos.

É a maior concentração de sem tetos, que vivem ao ar livre, nos EUA. O número de pessoas sem lar aumentou 1% naquele país, o primeiro aumento em sete anos. Mas em Skid Row o aumento atingiu a cifra absurda de 23%. Nada menos de 58.000 pessoas passaram a viver ao relento. E não é um fato isolado. Das sete zonas urbanas os mais pessoas sem teto, quatro estão nas proximidades de Los Angeles - onde está a região de Skid Row: Seattle, San Diego, SanFrancisco e San Jose.
Nos Estados Unidos existem 553.000 pessoas sem teto, segundo o censo de dezembro passado. Já o Brasil posssui algo como 1,8 milhão de sem tetos.
Todavia, em N.York há mais sem tetos que em Skid Row, a diferença é que em N.York, 90% têm onde passar a noite. Três em cada quatro pessoas de Skid Row não têm cama em nenhum albergue ou solução temporal. Em Skid Row é onde o teatro da miséria norte americana mostra sua mais crua cara. Suas ruas são uma mistura de tendas, lixo e papelões onde se escondem milhares de moradores. O odor é descrito como nauseabundo. Tal com no Brasil, os moradores de Skid Row têm de pagar para viver nessa situação desumana. Pagam até US$200 ao mês, em dinheiro, em tráfico de drogas ou prostituição. Há enormes quantidades de armas. Os estupros são habituais. Há muitos caídos nas ruas sem que lhes prestem atenção. A cor da pele é a esperada: 40% são negros e 35% são latinos.
Mas há uma diferença crucial quando comparada a dos brasileiros em igual situação: os eleitores de Los Angeles foram às urnas duas vezes para aprovar um imposto exclusivo para a construção de casas para esses sem teto bem como, para os serviços que eles necessitem. Há pouco, o prefeito começou a primeira dessas obras. A terra da oportunidade se converteu na campeã da desigualdade, mas as autoridades municipais buscam resolver os problemas.

Fisher Island, o sonho dos brasileiros ricos
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Fisher Island, o sonho dos brasileiros ricos
Fisher Island, o sonho dos brasileiros ricos

Moscou sedia Copa do Mundo de Crianças de Rua.

Coincidindo com a Copa do Mundo dos Jogadores Bilionários, a Rússia está recebendo crianças órfãs do mundo para disputar outro torneio de futebol. A equipe brasileira é formada por meninas das favelas cariocas do Complexo da Penha. No jogo amistoso realizado há pouco dias, empataram com a equipe russa em 1 a 1. As brasileiras saíram cabisbaixas por serem consideradas as favoritas para vencer o torneio.
Elas foram presenteadas pelos russos. Realizaram o sonho de todas as crianças brasileiras: viram a neve. Uma montanha nevada surgiu inesperadamente próxima ao estádio onde jogavam, graças aos esforços dos anfitriões que desejavam presentear as crianças com momentos inesquecíveis. Uma pena que a imprensa brasileira não acompanhe esse admirável evento.

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