Havia uma brecha em cláusula no livro do Deuteronômio favorecendo os judeus
A brecha dada aos judeus no Velho Testamento e a superpopulação em Veneza.
Supostamente os judeus também não deveriam emprestar dinheiro a juros. Mas havia uma brecha conveniente em uma cláusula no livro do Deuteronômio, do Velho Testamento: "Para um estrangeiro, vós podeis emprestar sob a usura; mas não emprestarás sob a usura ao vosso irmão". Em outras palavras, um judeu, que era um estrangeiro, podia emprestar a um cristão veneziano, embora não pudesse emprestar a outro judeu. O preço da agiotagem dos judeus foi a exclusão social.
Os judeus tinham sido expulsos da Espanha, em 1492. Junto com muitos "conversos", judeus portugueses que foram forçados a adotar o cristianismo por um decreto, eles buscaram refúgio no Império Otomano. De Constantinopla e de outros portos otomanos, eles estabeleceram relações comerciais com Veneza. No começo, o governo da cidade relutou em aceitar os refugiados, mas logo cederam porque eles poderiam ser uma fonte útil de dinheiro e de serviços financeiros. Mas o mais importante é que os judeus eram fonte fácil de impostos; eram taxados e não se rebelavam.
As autoridades designaram uma área especial da cidade para os judeus, no lugar de uma antiga fundição de ouro que se tornou conhecido como "ghetto nuovo" (getto significa literalmente fundição). Era lá que eles deveriam ser confinados a cada noite e nos feriados cristãos. Eram obrigados a usar um "O" amarelo nas suas costas, ou um chapéu, ou um turbante amarelo (mais tarde escarlate). Nessa época, havia algo como 2.500 judeus em Veneza. As construções nos guetos passaram a ter sete andares para acomodar tanta gente em um pequeno espaço territorial. Uma grande quantidade deles vivia da agiotagem, uma das raras atividades que lhes era permitida.
Os judeus e a agiotagem medieval.
Os judeus vendiam dinheiro em Veneza desde o século XIII. Eles montaram seu negócio na frente de um edifício conhecido outrora como "Banco Rosso", sentados em bancos de madeira, seus "banci". Mas o Banco Rosso era localizado em um gueto apinhado a uma certa distância do centro da cidade.
Havia uma boa razão para explicar porque os mercadores venezianos tinham que ir até o gueto judeu, quando precisavam pedir dinheiro emprestado. Para os cristãos, emprestar dinheiro a juros era um pecado. Os agiotas tinham sido excomungados pelo III Concílio de Latrão, em 1179. Até mesmo argumentar que emprestar dinheiro a juros não era pecado tinha sido condenado como heresia pelo Concílio de Viena, em 1311. Os agiotas cristãos tiveram que fazer restituições à igreja, antes que pudessem ser enterrados em solo sagrado. Eles eram especialmente detestados pelos franciscanos e dominicanos, ordens fundadas em 1206 e 1216, respectivamente.
O nascimento dos negócios bancários.
Talvez nenhuma outra família tenha deixado uma marca em uma era como os Medici deixaram no Renascimento. Dois Medici se tornaram papas (Leão X e Clemente VII); duas se tornaram rainhas da França (Catarina e Maria); três se tornaram Duques (de Florença, da Toscana e de Nemours). Seu patronato das artes e ciências percorreu uma escala de gênios, de Michelangelo a Galileu. E seu deslumbrante legado arquitetônico ainda é admirado em Florença.
Mas quais são as origens de todo esse esplendor? De onde veio o dinheiro que pagou obras-primas como o maravilhoso "Nascimento de Vênus", de Sandro Botticelli? A resposta comum e simplória é que eles eram negociantes de moedas estrangeiras, membros da "Arte de Cambio" (a guilda, a associação dos cambistas). Eles se tornaram conhecidos como banqueiros (banchieri) por que, como os judeus de Veneza, negociavam sentados em bancos de madeira. A origem da palavra "bancos" para as empresas financeiras vem dessa prática. Os primeiros banqueiros ficavam o dia todo sentados em bancos aguardando os negócios com dinheiro.
Antes dos anos 1390, os Medici eram mais bandidos do que banqueiros. Um pequeno clã arrivista, mais notado pela baixa violência do que pelas altas finanças. Entre 1343 e 1360, não menos do que cinco Medici foram condenados à morte por crimes capitais. Então apareceu Giovanni di Bicci de' Medici. Seu objetivo era legitimar os Medici. E, através de um trabalho duro, vida sóbria e cálculo cuidadoso, ele conseguiu realizar o que almejara.
França proíbe supermercados a jogar comida no lixo.
O governo francês quer diminuir pela metade o desperdício dos alimentos. A partir de julho os supermercados com mais de 400 metros quadrados não poderão jogar produtos perecíveis no lixo. Deverão doá-los a entidades que cuidam de animais ou servirão para adubos. Segundo dados do Ministério da Ecologia (esqueceram-se de criar um desses no Brasil), 20 quilos de alimentos são jogados no lixo por pessoa a cada ano na França. Não deve ser muito diferente nas grandes cidades brasileiras. A França está comprometida com a luta contra o desperdício de alimentos desde 2010. Está, inclusive, criando uma moda entre os mais renomeados "chefs" de utilizar alimentos considerados feios e machucados. O próximo passo será ensinar às crianças a não desperdiçar alimentos.