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Indústria farmacêutica: salvam vidas ou focam em obter lucros astronômicos?

Mário Sérgio Lorenzetto | 12/03/2015 07:45
Indústria farmacêutica: salvam vidas ou focam em obter lucros astronômicos?

Medicamentos: o negócio mais lucrativo do mundo

Porque a indústria farmacêutica investe mais dinheiro em publicidade do que no desenvolvimento dos produtos que vende? Porque alguns medicamentos atingem preços bilionários, levantando questões sobre os verdadeiros objetivos dos grandes fabricantes de medicamentos se são para salvar vidas ou tão somente obter lucros astronômicos? As respostas estão, entre outras, ligadas ao tempo de vida útil de um produto e à consequente estratégia de venda que lhe é associada.

Em primeiro lugar vamos comparar as margens de lucro médias dos setores industriais mais lucrativos: a indústria farmacêutica tem margem mínima de lucro entre 10% e 42%; os bancos tem margem lucrativa que vai de 5% a 29%; as fábricas de automóveis variam entre 3% e 10%; a indústria petrolífera tem margem entre 2% e 24% e as mídias de 6% a 18%.

A razão apontada pela indústria farmacêutica para o elevado preço fixado de um determinado medicamento tem a ver com a duração limitada de tempo em que ele pode ser vendido com lucro. Uma patente é geralmente atribuída por 20 anos. Para o desenvolvimento de um produto, a fábrica leva de 10 a 12 anos para colocá-lo no mercado com custos que variam entre R$ 4 milhões a R$ 6,6 milhões. Portanto, feitas as contas, a indústria terá de 8 a 10 anos para lucrar com um medicamento, pois quando há perda da patente e os genéricos começam a ser colocados à venda, os preços dos medicamentos caem mais de 90%.

Há outros argumentos da indústria farmacêutica para o elevado preço de um medicamento. Afirmam que para cada 10 medicamentos pesquisados, 7 não dão lucro ou nem sequer vão às prateleiras das farmácias. Somente 3 dão lucro, e desses, apenas um é um "campeão de vendas".

Essas condicionantes levam as companhias farmacêuticas a tentarem ter lucros máximos em um medicamento durante o período em que este é rentável, e consequentemente investindo mais em marketing que no próprio desenvolvimento do produto. Muitas vezes o marketing é agressivo, tornando corriqueiras práticas ilegais passando por brindes para os médicos, patrocínio de viagens de férias, apoios a conferências e tantos outros. As indústrias empregam batalhões de "divulgadores" de seus medicamentos e de advogados para tentarem estender a duração de suas patentes.

Indústria farmacêutica: salvam vidas ou focam em obter lucros astronômicos?
Indústria farmacêutica: salvam vidas ou focam em obter lucros astronômicos?

Receitas, custos e margens de lucro das maiores indústrias farmacêuticas no mundo

Nenhum ramo da atividade humana é tão rentável quanto a indústria que produz medicamentos. Em 2014, cada companhia farmacêutica teve lucros que variaram de R$ 36,3 bilhões a R$ 10,8 bilhões.

Indústria farmacêutica: salvam vidas ou focam em obter lucros astronômicos?
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O turismo da maternidade

A Polícia de Fronteiras dos Estados Unidos acaba de descobrir um novo turismo ilegal: o turismo da maternidade. Ter um filho com o "green card" é o novo sonho de consumo da classe média alta. Os EUA reconhecem a nacionalidade automaticamente a qualquer criança nascida em seu território. Além disso, quando a criança completar 21 anos poderá pedir o passaporte para os pais.

Empresas como "You Win USA", "Star Baby Care" e "USA Happy Baby" são contratadas por preços que variam de US$15.000 (R$45.000) a US$50.000 (R$150.000) para arranjar o visto para a mulher grávida, treinar as mulheres como se comportar na imigração, como as grávidas devem se vestir e ocultar o ventre para enganar a polícia, serem alojadas de três a quatro meses nos arredores de Los Angeles e serem levadas a um hospital para dar a luz. O preço depende do luxo do serviço e do alojamento, e pode incluir extras como dias de compras (preferenciam o enxoval do bebê) ou visitas à Disneylândia durante os longos dias de espera.

O negócio se move em uma fronteira legal difusa. Zona cinzenta da legislação norte americana, que torna muito difícil a perseguição. Na realidade, todos os passos que as grávidas dão são legais. A polícia só consegue algum resultado, em tese, (na prática não prendeu nenhuma grávida até o momento), se a futura mãe mentir ao pedir o visto, fraude fiscal e transporte excessivo de dinheiro. Não conseguem proibir que alguém tenha um filho nos EUA. A Star Baby Care se vangloria de ter sido a empresa pioneira no novo ramo e que já atendeu mais de 8.000 grávidas. Um órgão do governo dos EUA, o Centro para Estudos da Imigração, afirma que das mais de 300.000 crianças nascidas de estrangeiros nos EUA a cada ano, 40.000 são filhas de turistas que viajaram com o único propósito de dar à luz e conseguir a nacionalidade para o bebê.

Indústria farmacêutica: salvam vidas ou focam em obter lucros astronômicos?
Indústria farmacêutica: salvam vidas ou focam em obter lucros astronômicos?

Estupros: Mato Grosso do Sul está em segundo lugar no ranking dos estados brasileiros mais perigosos para a mulher

Violência travestida de piada. Alexandre Frota atuou em várias telenovelas da Rede Globo e de muitos filmes pornográficos. Existe uma banalização da violência sexual no Brasil e esse ex-ator deixou claro que a considera "natural". Ele contou no programa "Agora é Tarde", em tom de piada e com uma naturalidade espantosa, como estuprou uma mãe de santo e apertou o pescoço da moça até que ela desmaiasse, deixando-a desacordada após o ato. O apresentador e a plateia riram. O programa televisivo continuou como se nada tivesse acontecido. Alexandre Frota não está na cadeia.

Alexandre Frota e o apresentador desse programa, denominado Rafinha Bastos, compõem uma dupla violenta. Certa vez o Rafinha declarou: "Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia...Tá reclamando do que? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço". Uma parcela da população vê como natural o estupro e essa dupla é o símbolo dos olhos cegos da justiça.

Só no ano de 2013, ocorreram 50.320 casos de estupro no Brasil. Uma média de 25 casos para cada 100 mil habitantes. No mesmo ano foram assassinadas 4.580 mulheres. Dentre os Estados, Roraima é o que detêm a maior taxa de estupros - foram 66,4 casos por 100 mil habitantes. Em segundo lugar, vem o Mato Grosso do Sul - com 44,7 estupros por 100 mil habitantes.
A Câmara de Deputados Federais acaba de aprovar uma lei que transforma o denominado "feminicídio" (a morte de mulheres em razão de seu sexo) em crime de hediondo e a presidenta Dilma anunciou que irá sancioná-la imediatamente.

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