Marcha da insensatez, o que fará o Irã???

Para avaliar as consequências da morte do general Suleimani devemos entender que o regime iraniano não sobreviverá se recuar diante da retaliação exigida pela totalidade de sua população. Assim, como Trump estará definitivamente perdido em sua aspiração de vencer as eleições presidenciais deste ano. Não é pertinente sonhar que tudo terminará bem nas relações Irã-EUA. Para o líder supremo do Irã, o aitolá Ali Khamenei, uma resposta forte é vital. Para os Estados Unidos, a pergunta é: qual será a forma e com que rapidez virá? Uma coisa é clara: quem vive nos EUA não estão mais seguros, quem constatou essa verdade foi Mike Pompeo, o Secretário de Estado norte americano. Em vez da segurança que eles idolatram, o risco de ataque é muito mais amplo do que antes, pode atingir qualquer lugar do mundo.

A primeira trincheira está no Iraque.

Comecem a pensar nos perigos a que os norte americanos estão expostos no Iraque. As milícias continuarão a bombardear alvos dos EUA. O governo iraquiano já declarou a morte dos militares de seu país e do Irã como uma violação dos termos da presença militar norte americana em seu território. Tentarão expulsar todo e qualquer cidadão dos EUA. Se partirem, sofrerão uma grande derrota estratégica, se permanecerem, continuarão sendo açoitados diariamente pelos ventos do ódio.

Acordo nuclear estourado, economia global ameaçada.

Agora não há mais esperanças para reviver, muito menos fortalecer, o acordo nuclear do Irã. E devemos esperar que não só o Irã consiga sua bomba atômica, sem dúvida, a Arábia Saudita reivindicará esse direito logo a seguir.
Por outro lado, a economia global está ameaçada. Toda a infraestrutura dos Estados do Golfo passam a enfrentar o risco de um ataque iraniano. O transporte comercial pelo Estreito de Ormuz também está ameaçado e é por ele que parte significativa da economia mundial transita. Todos estão ao alcance dos mísseis iranianos e de ataques de células terroristas. Do Afeganistão à Europa, da África à América Latina, poderão ocorrer ataques inesperados contra alvos norte americanos e seus aliados. Mas é pior que isso, pela primeira vez, os EUA estão sozinhos, não há uma só voz de seus antigos aliados que os defendam. Eles não foram consultados sobre os ataques com drones.

Não deterão o Irã.

Há tempos estão construindo uma forte coalizão no Oriente Médio. Irã, Iraque, Síria e grande parte do Líbano estão irmanados. A tensão está instaurada e evitar um conflito maior não passa pela cabeça de ninguém que viva nesses territórios. Os Estados Unidos não conseguirão deter Teerã. Anunciam que enviarão 3.500 soldados. Mas esquecem de contar que em maio do ano passado enviaram 14 mil soldados.... e de nada adiantou.
Quando o Irã responder, sua resposta será provavelmente multifacetada e ocorrerá em horários imprevisíveis e em vários lugares. É difícil imaginar como isso tudo terminará... mas não será sem muito sangue.