O centro de Campo Grande está morrendo. O que virá a seguir?
Após milhões de reais serem jogados na lata do lixo pela prefeitura, o centro de Campo Grande continua definhando. Vive com aparelhos, na UTI. Essa é uma tendência nacional, talvez universal. As principais lojas estão fechando e os proprietários dos imóveis encontram dificuldades para manter ou encontrar novos inquilinos. Ao longo de mais de 50 anos, observei o centro da cidade passar por altos e baixos. Agora, porém, vejo uma mudança fundamental ocorrendo. Há excesso de espaço comercial.
Décadas de construções excessivas.
Caminhe por um dos shoppings existentes na cidade. Certamente encontrará alguns espaços para serem alugados. Há espaços que estão vazios ha muito tempo. Vemos algum pequeno excesso de espaços de aluguel, mas não há crise. Algo muito semelhante ocorre nos bairros. O centro enfrenta outra realidade. Há de entender que os mercados imobiliários são empreendimentos especulativos. Quando a economia da cidade estava em expansão, investidores decidiram construir muitos prédios no centro. Essa realidade está distante e não há nenhum sinal de que volte a existir. A economia da cidade também está vivendo em um pavoroso marasmo.
Tudo que é sólido desmancha-se no ar.
Houve uma época em que o principal centro comercial de Campo Grande era próximo da estação ferroviária. Em outra, o terminal rodoviário era fonte inesgotável de lucros. Tudo que é sólido, inclusive prédios, desmancha-se no ar. A prefeitura, após anos de má administração, está literalmente falida. Não conhece instrumentos de mudanças. Nela, também, não há experiência e nem vontade de transformar. É vergonhoso, recorre a fake news, como a do hospital municipal.
O que fazer com tantos espaços desocupados?
Transformar espaços e prédios comerciais em residenciais é uma das saídas. Outra abordagem é tornar o centro da cidade mais atraente. O mau gosto da pretensa e caríssima remodelação que foi feita é acachapante. A prefeitura, se realmente deseja recuperar o centro, deve imediatamente reduzir impostos e taxas voltadas para que os empreendedores transformem essa região. Ou fique, como está, de braços cruzados, esperando a morte chegar. Oferta de estacionamento gratuito à noite e nos finais de semana, pode melhorar o fluxo de pessoas. Promoção de eventos de porte, é fundamental. É possível melhorar as vendas nos bares e restaurantes distribuindo cupons de desconto, de acordo com a necessidade de fluxo. A cidade tem falta de espaços para determinadas festas. Casamentos e formaturas tem escassez de espaços. O centro pode acomodar essa necessidade.