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Em Pauta

O famoso Grito da Independência às margens do Rio Ipiranga é uma fraude

Mário Sérgio Lorenzetto | 14/09/2015 07:58
O famoso Grito da Independência às margens do Rio Ipiranga é uma fraude

As imagens que distorceram as verdadeiras histórias brasileiras.

Lembram-se da bela imagem pintada por Pedro Américo na qual surge um Pedro I todo paramentado montando um belo cavalo e cercado por uma enorme comitiva da Guarda Real com todos os cavaleiros uniformizados de branco? Todos com as espadas ao ar gritando: "Independência ou Morte". O famoso Grito da Independência às margens do Rio Ipiranga é uma fraude.

Para começo de conversa, D.Pedro I não estava montado em um cavalo, e sim em uma mula. E quanto à comitiva enorme, incluindo a Guarda Real de branco empunhando suas espadas? Pode esquecer também. O grupo que viajava com D. Pedro tinha uma guarda improvisada, todos vestidos como tropeiros comuns, mal ajambrados e sujos até a ponta da alma. Havia chovido e por todos os lados só se via lama. Para piorar a triste figura, D. Pedro estava com diarreia que obrigou os viajantes a várias paradas para ele se aliviar - teria rolado até um chazinho para tentar acalmar a única rebelião que houve nesse dia - a intestinal.

A Inconfidência Mineira é linda no papel. Tem um personagem que guarda incríveis semelhanças à imagem de Cristo (a imagem inventada pelos europeus). Traído e martirizado, com cabelo e barbas longos, camisolão branco, pés descalços, rosto sereno e não rancoroso. Nada é verdade. Tiradentes era o menos importante e influente do grupo da elite mineira que lutou pela separação de Portugal para não pagar impostos. Para ficar com todo o ouro que saia das minas. Não existe uma só imagem do verdadeiro Tiradentes. Quase com certeza ele não usava barba e muito menos cabelos compridos, o máximo permitido pelas regras de seu regimento era um fino bigode. Ele foi um bode expiatório. Enforcado e esquartejado e teve seus membros expostos pelos caminhos que ligavam Minas Gerais ao Rio de Janeiro. Seus ricos companheiros acabaram "apenas" expulsos do país. Procura-se um herói para um país que inventou seus heróis. O último candidato a herói barbudo está às voltas com a polícia.

O famoso Grito da Independência às margens do Rio Ipiranga é uma fraude
O famoso Grito da Independência às margens do Rio Ipiranga é uma fraude

Alguém quer ser presidente?

Um levantamento feito em 19 países com 1.750 executivos, por duas empresas de consultoria, concluiu que apenas 29% dos executivos querem se tornar presidente de sua empresa. Essa é a média mundial. No Brasil a situação é muito diferente - 89% dos executivos desejam a cadeira de presidente da empresa. Antigamente éramos um país de técnicos de futebol. Hoje, somos um país de candidatos a presidente. Somos "pouco" ambiciosos, não?

O famoso Grito da Independência às margens do Rio Ipiranga é uma fraude
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Você é homem ou menino na gestão de empresa?

Quais empresas estão sofrendo mais com a crise? Sem dúvida, quanto mais a empresa estiver ligada à classe C, mais estará sentido a turbulência econômica atual. Esses consumidores subiram ao paraíso e, agora, estão descendo ao inferno. Toda essa inflação não está prejudicando os ricos. Os problemas atingem mais a classe média e os mais humildes, que dependem de crédito, se enroscam no cheque especial, adiam a quitação do cartão de crédito para não deixar cortar a luz por falta de pagamento.
O Brasil cresceu muito desde 2002. A expansão foi muito rápida e muitas companhias não souberam se adaptar. As grandes empresas, especialmente no varejo, cresceram na carona da oportunidade e deixaram de lado seus melhores processos administrativos. Queriam vender tudo a todos. Quem tenta vender tudo a todos, não olha para ninguém. As grandes redes varejistas não sabem o que querem ser. Estão mais perdidas que o governo federal.

Entre 30% e 40% de tudo que o varejo compra da indústria acaba em liquidações. Obtêm-se margens minúsculas de lucro ou nulas. Isso é falta de gestão. Para a imensa maioria, liquidação é falta de gestão. Os proprietários e gerentes não conversam com seus funcionários, não conhecem nem superficialmente seus consumidores e não sabem o que estão vendendo. A empresa começa a encolher, e eles culpam a crise. Esse é o erro comum. A crise vai nos mostrar quem é homem e quem é menino na gestão das empresas.

O famoso Grito da Independência às margens do Rio Ipiranga é uma fraude
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O PT é populista? Mas, afinal, o que é ser populista?

Os partidos ditos populistas não são um fenômeno recente. O nome foi dado primeiro a revolucionários russos do século XIX ( Narodnaya Volya) e tem sido aplicado a vários grupos desde então, tanto à esquerda como para os de direita. Ser "amigo do povo" é um orgulho dos mais variados estratos político-partidários. Como regra, eles exploram as crises econômicas e o declínio dos partidos mais antigos, cuja filiação em massa um dia já moldou a política. Mas, afinal, o que é ser populista?

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Em busca do capitalismo consciente.

O capitalismo carrega em seus ombros uma acusação: não conseguiu dar uma resposta satisfatória às demandas das pessoas, especialmente na área social. Visando melhorar esse quadro, muitos empresários no Brasil e no mundo começam a procurar por respostas. Começam a criar diferença entre as empresas dirigidas por gestores e acionistas que veem seus negócios apenas como uma fonte de lucro e aquelas que enxergam o negócio como uma forma de gerar valor para as pessoas que estão à sua volta e não apenas para os acionistas.

Quando se está preocupado apenas com o lucro, a tendência é de que haja uma deterioração das relações, tanto com empregados, quanto com fornecedores. Isso acontece a partir de uma política de supressão de direitos trabalhistas, além da pressão sobre fornecedores em busca de menores preços. Mas isso não se sustenta no longo prazo. Continuar ganhando dinheiro, só que de um jeito melhor, é o mantra dessas empresas.

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