Os 38 milhões de brasileiros invisíveis e o teto de gastos
Mário Sérgio Lorenzetto | 07/10/2020 07:09
O Brasil tem 38 milhões de brasileiros referidos pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, como "invisíveis". São os trabalhadores que receberam o Auxílio Emergencial da Pandemia mas não estão inscritos no cadastro do governo (CadÚnico). Aquela gigantesca turma que ficou horas no sol e na chuva nas filas da Caixa Econômica Federal. Sempre foram desassistidos pelos governantes.
Quem são os invisíveis?
São aqueles que não tinham CPF, conta em banco ou acesso à internet. Outra parcela dos invisíveis, tem algum desses requisitos, mas tem renda média mensal superior à renda mínima para receber o Bolsa Família, via de regra, são os denominados "trabalhadores informais".
São aqueles que não tinham CPF, conta em banco ou acesso à internet. Outra parcela dos invisíveis, tem algum desses requisitos, mas tem renda média mensal superior à renda mínima para receber o Bolsa Família, via de regra, são os denominados "trabalhadores informais".
Guedes e os muitos nomes de um programa que não existe.
À comissão do Congresso que acompanha a pandemia, Guedes mencionou que os invisíveis deveriam ser incluídos no programa de emprego Verde e Amarelo, lançado em novembro de 2019. Depois, falou em criar o Renda Brasil. Foi logo abandonado por divergências internas no governo que não sabe de onde arrumar dinheiro. Agora, Guedes fala em criar o Renda Cidadã. Mas as limitações impostas pelo teto de gastos permanece. Muitos nomes para um programa sem dinheiro.
À comissão do Congresso que acompanha a pandemia, Guedes mencionou que os invisíveis deveriam ser incluídos no programa de emprego Verde e Amarelo, lançado em novembro de 2019. Depois, falou em criar o Renda Brasil. Foi logo abandonado por divergências internas no governo que não sabe de onde arrumar dinheiro. Agora, Guedes fala em criar o Renda Cidadã. Mas as limitações impostas pelo teto de gastos permanece. Muitos nomes para um programa sem dinheiro.
Curtíssimo prazo. Quanto tempo viveremos sob os ditames da pandemia?
Não resta dúvida que os novos tempos trouxeram os bicos e a uberização da economia. Qualquer vento adverso na economia leva esses 38 milhões à pobreza extrema. O governo deve encontrar uma saída de longo prazo para os invisíveis. Mas há o curtíssimo prazo. Há um grau muito grande de incertezas decorrentes da pandemia. Teremos uma segunda onda de ataque do vírus? Sairemos da recessão no próximo ano? Então, no curtíssimo prazo o governo deve pensar em um mecanismo de continuidade de transferência de renda, receba o nome que for.
Não resta dúvida que os novos tempos trouxeram os bicos e a uberização da economia. Qualquer vento adverso na economia leva esses 38 milhões à pobreza extrema. O governo deve encontrar uma saída de longo prazo para os invisíveis. Mas há o curtíssimo prazo. Há um grau muito grande de incertezas decorrentes da pandemia. Teremos uma segunda onda de ataque do vírus? Sairemos da recessão no próximo ano? Então, no curtíssimo prazo o governo deve pensar em um mecanismo de continuidade de transferência de renda, receba o nome que for.
Mas e o teto de gastos? Só o mercado financeiro está digladiando com o governo para que o teto de gastos continue sendo respeitado durante a pandemia. A agenda dos donos de bancos é muito fácil de ser entendida. Aspiram continuar com a mamata criada pelo Guedes de pagar a dívida do governo como opção preferencial de gastos.