Os mutantes estão vencendo a incompetência dos imutáveis
A ficção científica de série b do século passado popularizou o termo mutante, mas seguramente não seu significado biológico. Nesses filmes, mutante era um sujeito de olhar turbo, andar claudicante e com costas curvadas e indefectivelmente calvos, algo similar aos atuais zumbis. Daí vem sua má fama, mas não podemos esquecer que os mutantes são também o fundamento da evolução. Quando o genoma não muda, não faz mutação, uma especie pode ficar 10 milhões de anos imperturbável, tubarões, medusas e baratas são bons exemplares desses casos. Temos, assim, dois tipos de sujeitos na natureza: os que muito mudam e aqueles que se esforçam para nada mudar.
O olho da mosca e o cérebro dos que odeiam mudar.
A primeira mutação descoberta foi no olho da mosca Drosophila melanogaster, a mosca que voa sobre as frutas. A descoberta ocorreu na famosa universidade de Colúmbia, em N.York. Thomas Hunter Morgan e seus alunos, observaram que com intensas reproduções, os olhos normalmente vermelhos das moscas se tornavam brancos. Em um mundo em que os pássaros que a depredam só viam as moscas de olhos vermelhos, quem tivesse olho branco, tinha uma vantagem evolutiva. Só sobrevivia mais.
O inverso tende a ser verdadeiro para o funcionamento de nossos cérebros. Tendemos a nos manter com os mesmos pensamentos por muito tempo. Gostamos de não mudar de opinião, mesmo que elas sejam total e comprovadamente incorretas. Tem sido assim neste Brasil tacanho com o uso de cloroquina e ivermectina, o uso da magia para ludibriar incautos e os colocar nas ruas e no trabalho. A negação da evolução que determina que morrer é a melhor opção.
A invasão dos mutantes vem aí.
Quanto maior a proliferação do vírus, maior são as chances de surgirem mutantes. Os cientistas já comprovaram a existência de coronavírus mutantes, mais eficientes em nos matar na Inglaterra, na África do Sul e no Amazonas. Recentemente, cinco novos mutantes passaram a ser acompanhados no Brasil. Há forte suspeita de que eles também são mais eficientes. Enquanto a invasão dos mutantes se avizinha, criaram um comitê para fazer coisa alguma. Se você não quer mudar, crie uma comissão. Apenas jogada de marketing. Mas continuaram a apregoar as vantagens do kit covid, do tratamento com cloroquina e ivermectina, um eficaz tratamento para destruir fígados. Os vírus mutantes estão adorando.