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Em Pauta

Perdas femininas de urina: "Não me faça rir, pois urino"

Mário Sérgio Lorenzetto | 05/01/2020 08:44
Perdas femininas de urina: "Não me faça rir, pois urino"

O descontrole urinário feminino não matam, mas comprometem gravemente a qualidade de vida da mulher. Durante séculos, esse era um problema proibido, ninguém podia nele tocar. Ainda há muitas mulheres que mesmo na consulta médica o esconde por pura vergonha. Pouco a pouco, pelo menos nas consultas, essa questão começou a ser abordada. Mas ainda há um gigantesco desconhecimento desse importante problema das mulheres.

Perdas femininas de urina: "Não me faça rir, pois urino"

Quando os músculos pélvicos relaxam.

Os músculos do solo pélvico - aqueles que estão em volta da vagina e do ânus - têm uma função de controle de acesso e saída desses dois orifícios. Se eles relaxam, há problema. Quem não ouviu sua mãe ou avó dizer: "Não me faça rir, pois urino"?
No princípio do relaxamento dos músculos da pelve, você perceberá que só lhe escoa urina sem que possa controlar quando há gargalhadas, tosse ou um esforço maior. Essas perdas de urina descontroladas se tornam mais frequentes a cada mês, a cada ano. Já não vivem sem algum tipo de tampão para que a urina não chegue à calça. Podem chegar à cirurgia. Para não chegar a esse extremo, o melhor a fazer é praticar os exercícios de Kegel.

Perdas femininas de urina: "Não me faça rir, pois urino"

Um volume estranho na vagina.

Percebe um volume estranho na vagina ou uma sensação de peso no períneo (a região que fica entre o ânus e a vagina)? A debilidade muscular facilita a abertura da vagina e o descenso das vísceras. Treinar o solo pélvico com os exercícios de Kegel, ajudará. Pelo menos não piorará. Essa queda da anatomia se chama prolapso e pode necessitar de uma intervenção cirúrgica. Mas mesmo com a cirurgia, logo depois do pós-operatório, é recomendável que pratique esses exercícios. Outro sintoma de que os músculos pélvicos relaxaram é a dor na parte inferior da coluna e sobre o cóccix. Nesse caso, não espere aparecer o volume estranho na vagina ou a sensação de peso no períneo, comece os exercícios.

Perdas femininas de urina: "Não me faça rir, pois urino"

A penetração não deve doer, nem o tampão mover.

Quando a penetração é profunda e você percebe uma dor forte, é porque o útero está onde não deveria. Pode ser outro sinal da debilidade muscular. Também é um sinal para se preocupar, quando o tampão escorre, já que ele não se sustenta na cavidade vaginal pela própria pressão das paredes. Muitas mulheres notam que, depois do parto, o tampão começa a cair ou quando faz muito esforço para defecar, o tampão chega a cair. São sinais claros de falta de tônus do músculo pélvico e de que se tornou urgente começar os exercícios.
Quem sente dificuldade constante para defecar, tem constipação crônica, deve se preocupar mais com a debilidade muscular pélvica do que aquelas que defequem facilmente. As recomendações, nesse caso, são sobejamente conhecidas: beba muito líquido, coma fibras em grande quantidade e nunca se iniba de ir ao banheiro, não segure as fezes jamais. Evite, assim, a degradação dos músculos pélvicos com antecedência.

Perdas femininas de urina: "Não me faça rir, pois urino"

As corredoras e as que tocam instrumentos de sopro.

Os esportes de impacto não só danificam os tornozelos, a cada vez que se apoiam contra o solo, aumenta de forma súbita a pressão sobre a parte baixa do abdômen, a consequência é a debilidade muscular pélvica. O mesmo raciocínio vale para quem sofre de tosse crônica por muito tempo ou quem toca instrumento de sopro de forma contínua. A recomendação é a mesma: mais vale começar cedo com os exercícios de Kegel do que ter muito cedo a musculatura da pelve excessivamente flácida.

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