Presidente do TSE proporá ao Congresso campanha eleitoral menos demorada
A boa notícia do ministro Toffoli
Enfim, uma boa notícia no período eleitoral: o Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Antônio Dias Toffoli, vai propor ao Congresso a redução da campanha eleitoral dos atuais 90 dias para 45 dias. O longo período, segundo o Presidente do TSE, gera gastos excessivos e para o Congresso e o país por três meses. A proposta dele também é de reduzir o horário eleitoral obrigatório na TV e no rádio, que passaria a ter 21 dias ao invés dos atuais 45 dias. E mais: seriam proibidas as trucagens e efeitos especiais, substituídos por apresentações e debates ao vivo entre os candidatos. Por último, o ministro pretende a fixação de um limite de gastos por candidato e um teto para as doações. As propostas serão encaminhadas ao Congresso assim que terminarem as eleições.
Imóveis: estoques altos, vendas e preços em baixa
A desaceleração do setor imobiliário, iniciada em meados do ano passado, tornou-se inquestionável neste segundo semestre de 2014. Preços recuando, devoluções de unidades em franco crescimento, vendas declinantes e, para piorar, investidores batendo em retirada.
Há duas teses sendo "esgrimidas" no setor: a da formação de uma bolha nos últimos anos, marcada por altas insustentáveis nos preços, e a dos que entendem que não existe bolha e o que ocorre na verdade é um ajuste normal nos preços, que voltarão a patamares mais saudáveis e nem tão perigosos para o setor. Mas há uma verdade que paira acima do debate da bolha: os indicadores recentes das atividades no setor não são animadores, mesmo com a nova injeção de crédito determinado pelo governo federal.
O preço médio anunciado dos imóveis subiu menos do que a inflação no primeiro semestre deste ano, o que, tecnicamente, é uma queda em relação a igual período do ano passado. Segundo o índice FipeZap, o mais consultado do país, a variação do preço médio
do metro quadrado nas 16 cidades pesquisadas foi de 3,49%. Se descontada a inflação, houve queda de 0,19% nos preços. Todavia, outra conta pode ser feita produzindo bons resultados: em 12 meses, a alta é de 10,9%, ainda com um bom ganho real para a tormentosa economia nacional do momento.
15% dos imóveis à venda estão encalhados
Em 2014, a quantidade de imóveis encalhados no Brasil - que não foram vendidos ou os devolvidos por compradores, que não conseguiram pagar - chegou a 15% dos lançamentos. É o maior desde 2008, quando teve início a explosão do crédito imobiliário no país. Os dados fazem parte de uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), órgão ligado à Universidade de São Paulo (USP), que analisou o mercado imobiliário de 40 cidades brasileiras. Os números sinalizam para a dificuldade que muitos consumidores vêm encontrando de arcar com o financiamento imobiliário.
Prefeitos marginalizam motociclistas
Há poucos anos, as motos viraram um fenômeno que os políticos ainda teimam em não entender. Pelas ruas das principais cidades do país, veem-se, hoje, uma multidão de motoqueiros. Na direção, estão pequenos empresários, estudantes, trabalhadores e domésticas. Eles fizeram com que as motocicletas passassem a representar 25% do parque automotivo do país; pouco mais de 21 milhões de motos percorrem o território nacional. A maioria entende que é o meio de transporte mais barato e mais rápido e outra parcela dos motoqueiros diz que se trata de uma alternativa para criar renda adicional. Mas são tratados pelos prefeitos como marginais indesejáveis.
Por que tantas ciclovias em vez de “motovias”?
Há um modismo copiado da Europa da instalação de ciclovias. Uma parcela importante de políticos esmera-se em atender essa alternativa de locomoção criando ciclovias que cortam as avenidas das grandes cidades. Só esquecem de pensar que, com raras exceções, as motos não dominam as ruas europeias. Por lá, há uma grande quantidade de pequenos empresários, estudantes e trabalhadores que usam bicicletas. No
Brasil, e em grande quantidade de países latino-americanos, o predomínio é de motos. Mesmo os que têm uma bicicleta desejam adquirir uma moto. Existe uma clara diferença e a explicação do fenômeno das motos ainda está por ser explicado.
A pauta a ser construída é da inexistência de cuidados com a saúde dos motoqueiros nas cidades brasileiras. Por que construir tantas ciclovias e nenhuma "motovia"? Expliquem a marginalização.
O “boom” das motos e o problema da saúde pública
O “boom” das motos e a falta de cuidados dos órgãos públicos têm um lado negativo. As pessoas estão deixando o caro e ineficiente transporte público por ônibus para se locomover de motos. Mas o número de mortes no trânsito de maneira geral assusta. O Brasil ocupa a quarta posição dentre os países com maior número de mortes no trânsito. Perde apenas para a China, Índia e Nigéria. Em 2010, foram mais de 42 mil mortes no trânsito; em 2011, esse número cresceu para 43 mil e a previsão para 2014 é de horríveis 28 mil mortes no trânsito. A morte de motociclistas acompanha esse crescimento. Em 2001, foram 3.100 mortos. Dez anos depois, com o “boom” das motos, esse número já era de 11.268 pessoas falecidas. No mesmo ano, 2011, foram mais de 77 mil motoqueiros internados nos hospitais brasileiros. A maioria dos acidentados vem das classes sociais C e D e tem de 18 a 30 anos de idade.
Na Itália, França e Espanha, as "motovias", corredores para motos, são comuns e entendidos como importante instrumento para a política de mobilidade. Já nos Estados Unidos, somente na Califórnia existem essas vias especiais.
E mais: de acordo com as montadoras, especialmente a Honda, que detém aproximadamente 80% das vendas das motos brasileiras fabricadas em Manaus, a maioria dos acidentes ocorre porque somente 14% dos motociclistas fizeram um curso formal de direção de moto. Outros 44% foram treinados por conhecidos ou familiares e 42% aprenderam a dirigir sozinhos.
Talvez, os nobres vereadores de Campo Grande passem a se preocupar um pouco com os problemas da cidade e debatam a vida de quem anda de moto.
Agricultura menos tóxica
Nas últimas 10 safras, com a formatação de novo pacote tecnológico, a produção de grãos saltou 68% e a área plantada cresceu apenas 16%. Os volumes colhidos aumentaram de 114 milhões para 193 milhões de toneladas. Novas práticas de cultivo, incluindo o plantio direto, a intensificação da segunda safra com rotação de culturas e o avanço da agricultura de precisão, com uso mais intensivo de fertilizantes, que tiveram seu consumo elevado em 288%, além do desenvolvimento de novas sementes. Este é o quadro geral sobejamente conhecido.
Mas, há uma informação que é pouco conhecida e divulgada: a diminuição da toxicidade, que até há pouco era intrínseca à agricultura. Existem muitos setores da sociedade que ainda pensam na existência de uma agricultura que está diminuindo - aquela que causa enormes danos aos trabalhadores e às pessoas que vivem próximas aos campos agricultáveis.
Nesses últimos 10 anos de saltos olímpicos na produção, ocorreu outro avanço - a introdução de práticas de manejo integrado de pragas e a utilização de defensivos de forma mais racional, mostrando que o aperfeiçoamento dessas substâncias reduziu a toxicidade dos produtos em 87% nos inseticidas e em 83% nos fungicidas. A dosagem também foi reduzida em 87% para fungicidas e 94% para herbicidas, mas esse é um item nem sempre respeitado pelos agricultores. É aí que reside o problema, agem como a maioria da população ao ingerir medicamentos - na hora da dor ou do medo - a dosagem sobe a alturas inimagináveis. Automedicação nos remédios e "autoempesteação" no campo. Mas os impactos sobre o meio ambiente e à saúde humana, de maneira geral, diminuíram consideravelmente.