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Em Pauta

Quando os bruxos mandam e matam

Mário Sérgio Lorenzetto | 29/12/2019 08:10
Quando os bruxos mandam e matam

Não é raro encontrar na história, sempre surpreendente da América Latina, como o poder dependeu da magia negra e das bruxaria, da adivinhação e da conjuração, dos símbolos do ocultismo e das ciências espiritistas, do feitiço e da comunicação com o além.
Hugo Chavez, o ditador mais famoso da Venezuela, tinha instalado no Palácio de Miraflores um altar santeiro onde estava entronizada uma cabeça de jacaré, rodeado de velas e amuletos. À meia-noite, Chavez falava com o espírito de Simón Bolívar em busca de conselhos. Durante seus almoços, reservava à sua direita uma poltrona e um prato para ele.

Quando os bruxos mandam e matam
Quando os bruxos mandam e matam

Evita Perón era sacerdotisa de uma seita.

A idolatrada Evita Perón foi uma vedete de cabaré antes de casar com Juan Domingo Perón. E foi através desse casamento que chegou à presidência da Argentina. Mas quem verdadeiramente mandava era seu conselheiro José López Rega, um simples policial que servia o mate no quartel a seus superiores. A dupla criou uma grande confusão no governo.
Evita era a sacerdotisa suprema da seita Anäel, sucessora da seita Thüle que fora proibida. Os maiores nomes da seita Thüle foram nada menos que Adolf Hitler e Rudolf Hess. A seita de Evita foi responsável por dezenas de assassinatos, torturas e sequestros, sobretudo de jovens.

Quando os bruxos mandam e matam
Quando os bruxos mandam e matam

O maior genocídio das Américas.

O que dizer do general Maximiliano Martínez, que chegou ao poder em El Salvador através de um golpe de estado. Abstêmio e vegetariano, devoto da teosofia, dizia que seu palácio estava cheio de espíritos. Proclamava que não podiam matar uma formiga, mas podiam matar livremente os humanos. Foi com essas ideias que mandou massacrar 30 mil indígenas e trabalhadores rurais. O maior genocídio em tempos modernos das Américas.

Quando os bruxos mandam e matam
Quando os bruxos mandam e matam

Collor e os sacrifícios de animais na Casa da Dinda.

Tudo começou com Pedro, o irmão de Fernando Collor. Em uma entrevista, afirmou que seu irmão e a esposa Rosane, praticavam rituais de magia negra na Casa da Dinda. Anos depois, Rosane confirmou e contou os detalhes dos rituais. Faziam trabalhos de magia negra em cemitérios e sacrificavam animais. "Com animais era matança mesmo. Mata galinhas, mata bois, vacas, afirmou Rosane. Também disse que Fernando Collor fazia rituais com a intenção de que seus inimigos fossem atingidos pelo mal que desejassem a ele. O casal acreditava que muitos morreram assim, com o "efeito bumerangue" de maldições.

Quando os bruxos mandam e matam
Quando os bruxos mandam e matam

Um pisicopata no poder.

Arthur Bernardes, que governou o Brasil de 1922 a 1926, tinha traços de psicopatia. Foi um dos políticos mais detestado de nossa história. Chegou a criar um campo de concentração no Amapá, para onde enviava seus oposicionistas. Outro maluco foi Delfim Moreira, um mineiro que foi presidente entre 1918 e 1919. Ruy Barbosa contava que quando foi visitá-lo, o presidente ficava abrindo e fechando a porta, espiando o visitante que chegava. Ruy Barbosa dizia: "que estranho é o Brasil, onde até um louco pode ser presidente e eu não posso".

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