Quociente eleitoral: Seu voto em um vereador elege outro
Você vota no Pedrinho e elege o Manezinho. Francisco teve 3 mil votos e não se elegeu. Luana teve apenas 500 votos e se elegeu. Não é loucura, esse é o quociente eleitoral. O sistema proporcional não leva em conta apenas o candidato escolhido. O partido ao qual ele é filiado conta muito. Entenda qual é o caminho até a definição dos eleitos.
Somando só votos válidos.
A primeira contagem que o sistema eleitoral faz é somar todos os os votos válidos de Campo Grande. Os votos nulos e brancos são eliminados dessa contagem. Nas eleições municipais passada - 2016 - o total de votos da capital foi de 462 mil. Todavia, os votos válidos foram 411 mil. A contagem para descobrir quem foi eleito é feita tão somente sobre os 411 mil.
Dívida os votos válidos pelo total de cadeiras.
O passo seguinte, é dividir o total de votos válidos pelo total de vagas para vereador (cadeiras, no jargão político). Campo Grande elege 29 vereadores. Uma enormidade. Gigantesca despesa para reduzida resposta aos eleitores.
Dividam os votos válidos - 411 mil nas eleições anteriores - pelo total de cadeiras - 29 vereadores. O resultado é 14.172. Esse é o quociente eleitoral
Preenchendo as cadeiras.
O partido que não conseguir chegar ao quociente eleitoral não elegerá um vereador sequer. Aqueles partidos que conseguirem ultrapassar a marca dos 14.172 votos na somatória de todos os votos para os candidatos a vereador, conquistarão uma ou mais cadeiras na câmara de vereadores.
Se o total de votos para vereador de um partido for três vezes o quociente eleitoral (42.516), elegerá três vereadores, por exemplo.
Imagine que um candidato tenha quase o dobro de votos do quociente eleitoral (28.334). Esse candidato super votado, levará para a câmara de vereadores um candidato que teve 10 votos. Um sistema altamente manipulável.