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Em Pauta

Top Secret: história do maior cientista espião

Mário Sérgio Lorenzetto | 12/01/2020 10:00
Top Secret: história do maior cientista espião

O físico alemão Klaus Emil Julius Fuchs (1911 - 1988) é o caso mais célebre do cientista espião. É o principal representante do pequeno grupo dos chamados "espiões atômicos" que revelaram informações à Rússia sobre o desenvolvimento da bomba nuclear nos Estados Unidos, na Grã Bretanha e no Canadá.

Seu ativismo comunista começou na Universidade de Kiel. Foi lá que os nazistas o lançaram em um rio. Em 1933, Fuchs conseguiu fugir da Alemanha para a Inglaterra e foi trabalhar no laboratório de Max Born, também refugiado alemão.

Top Secret: história do maior cientista espião
Top Secret: história do maior cientista espião

Born não queria criar uma bomba que matasse crianças e inocentes.

Em 1941, em plena guerra mundial, Fuchs chamou a atenção de Rudolf Peierls, outro físico alemão que estava refugiado na Inglaterra. Peierls é nada menos que o pioneiro em propor a criação de uma bomba atômica. Sob o código "Tube Alloys" e em colaboração com o Canadá, o governo britânico empreendeu o primeiro projeto de uma bomba atômica. Para isso, Peierls contratou Fuchs. Mas Peierls não conseguia se desvencilhar de uma fundamental barreira: Born odiava a ideia de criar uma bomba que matasse crianças e inocentes. Mas Fuchs e Peierls não pensavam assim e levaram adiante o projeto.

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A Embaixada Soviética e o Projeto Manhattan.

Pouco depois, Fuchs entrou em contato com a Embaixada Soviética em Londres e nunca mais deixaria de alimentar os conhecimentos russos sobre a arma atômica. Quando em 1943 o programa Tube Alloys foi incorporado ao Projeto Manhattan, nos EUA, foi transferido levando parte do projeto para a América. Começou a trabalhar nos laboratórios de Los Alamos sem que ninguém suspeitasse da espionagem. Fuchs passou a se encontrar com Harry Gold, agente da inteligência soviética, em uma ponte. Entregou todos os detalhes da bomba de plutônio.

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A prisão e condenação.

Ao finalizar a guerra, regressou à Inglaterra, onde continuou trabalhando no programa nuclear, até que surgiu, em 1949, em um programa de contra-inteligência norte-americana. No ano seguinte, confessou. Fuchs não ganhou um centavo com a espionagem. Afirmou até o fim da vida que desejava o equilíbrio entre as três principais forças vencedoras da guerra. Foi condenado a 14 anos de prisão.
Em 1959, foi liberado por boa conduta e foi viver na Alemanha Oriental, pró-soviética. Casou e retomou os trabalhos para desenvolver a bomba nuclear até 1979, quando aposentou. Pouco antes de morrer, em 1988, declarou que nunca se considerou um espião. Reafirmava a ideia de só com o conhecimento nuclear compartilhado pelas três forças - Inglaterra, EUA e Rússia - poderia ser evitada uma nova guerra.

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