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Ensinar Juntos

A adversidade é uma boa professora?

Por Carlos Alberto Rezende (*) | 16/10/2024 09:32

É muito comum ouvir a afirmação de que as adversidades podem formar bons atletas e boas pessoas, enquanto as facilidades não o fazem. Tal fundamento pode ser explorado observando alguns aspectos, tais como: atletas que enfrentam adversidades, como lesões, dificuldades financeiras ou barreiras sociais, muitas vezes desenvolvem uma maior resiliência. Essa resiliência é crucial no esporte, onde a pressão e a competição são intensas; aprender a superar desafios pode levar a uma mentalidade vencedora.

As dificuldades podem instigar uma forte ética de trabalho e determinação. Atletas que superam obstáculos frequentemente se tornam mais disciplinados e motivados, o que pode resultar em melhorias no seu desempenho. A experiência de enfrentar e superar desafios pode proporcionar aos atletas uma perspectiva única sobre os esportes e sobre a vida. Essa motivação interna, muitas vezes impulsionada pela vontade de superar suas circunstâncias, pode resultar em performances notáveis.

Atletas que enfrentam dificuldades pessoais podem desenvolver uma maior empatia e compreensão por seus colegas de equipe e adversários. Esta conexão pode fomentar um ambiente de apoio e colaboração, fundamental para a performance em equipe e de competitividade com lealdade e ética na vida e no esporte.

Em algumas situações, a facilidade pode levar à complacência. Atletas que têm tudo mais fácil podem não desenvolver as habilidades de lidar com a pressão e o estresse que vêm com competições. Isso pode ser um desfavor em momentos críticos, onde a resiliência é necessária. Adversidades podem ensinar os atletas a se adaptarem a circunstâncias inesperadas, uma habilidade valiosa no esporte, onde as condições podem mudar rapidamente durante uma competição.

Muitos atletas de destaque vêm de origens humildes ou enfrentaram grandes adversidades ao longo da vida. Suas histórias de superação não apenas os moldaram como atletas, mas também como indivíduos inspiradores para outros. Entretanto, é importante ressaltar que essas generalizações podem incorrer em erro. O contexto individual, o suporte que recebem e suas próprias motivações são elementos cruciais para o desenvolvimento de um atleta. Assim, tanto adversidades quanto facilidades têm seus papéis a desempenhar na formação de atletas, e o equilíbrio entre esses fatores pode ser determinante para o sucesso.

Mas por que falar tanto de atletas se o tema da minha coluna é educação? Porque sou a favor e acredito ser vital o retorno da Educação Física escolar obrigatória em todos os níveis escolares, pois contribui efetivamente para a aprendizagem e formação emocional das nossas crianças.

Hoje é público e notório que temos crianças e adolescentes com sobrepeso, depressão, ansiedade, stress etc. A educação física escolar, quando bem implementada, desempenha um papel crucial na promoção da saúde física e mental, combatendo os males da atualidade. Além disso, essa disciplina promove e ensina hábitos saudáveis, contribuindo para o desenvolvimento social e emocional dos jovens.

Pais e mães, inspirem-se nos belos exemplos que tivemos nas Olimpíadas e coloquem os seus filhos e filhas para se mexerem. Conversem com as suas crianças, descubram as suas modalidades favoritas e invistam no esporte, pois ele é a chave que vai abrir um futuro saudável, tanto fisicamente quanto mentalmente.

(*) Carlos Alberto Rezende é conhecido como Professor Carlão. Siga no Instagram @oprofcarlao.

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