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Manoel Afonso

Eleições: sorrisos em uns, lágrimas em outros

Por Manoel Afonso | 04/10/2024 09:27

O POLÍTICO: Entendo que o governador Riedel é um grande político. Eu ainda digo mais: se trata de um político oxigenado, moderno, travestido de técnico e vacinado contra o vírus da presunção que viceja nas sombras do poder. Conclusão: se não é pedante e demagogo, não será contaminado pela soberba. Não é frio. É equilibrado.

DESEJOS: Espero que futuros prefeitos tenham em Riedel um modelo a ser seguido. Que se lembrem: o poder é efêmero. Dura só uma pequena parte da existência. Devem sair dele maiores, com a visão mais humana das relações sociais. Mantenham a simplicidade, não sejam pedantes, petulantes, pretensiosos, esnobes e empafiados.

CAPITAL:  O resultado das urnas neste primeiro turno pode balançar o cenário político do estado?   Tudo bem que não se pode ter memória no jogo da política, mas quem se sentir prejudicado pode tentar se vingar em 2026 apesar das previsões de mudanças. O PSDB pode até desaparecer, mas os interesses devem manter unidos seus líderes atuais.

CONCLUSÕES: Numa eleição nem sempre vence que apresenta melhor programa e competência para executá-lo. Outros fatores invisíveis, inclusive alianças, podem acabar pesando mais que o perfil ou preparo do candidato. O eleitor, alheio a tudo isso, tem um olhar de águia, faro de tigre e audição de morcego em relação aos candidatos.

A PERGUNTA: Quem ficar fora de disputar as eleições no segundo turno optará por qual postura? Simplesmente cruzará os braços numa demonstração de inconformismo com o resultado ou seguirá a vontade de seu partido e grupo político? Mas no jogo do poder as decisões de bastidores nem sempre correspondem a vontade do eleitor.

FATORES: Alguns deles pesam nestes acertos dos caciques partidários: promessa de empregos em bons cargos, aceno de alianças para a sucessão estadual e nas eleições presidenciais, além de negociatas impublicáveis. O eleitor terá que se acostumar a ouvir elogios de quem só criticava no primeiro turno. O velho enredo com outros atores.  

REELEITOS: Os indicativos apontam na possibilidade de conquista da reeleição por parte de muitos dos atuais vereadores da capital. Com pouco espaço na propaganda no radio e TV, eles levaram vantagem sobre os concorrentes novatos. É que são mais conhecido, quer pela exposição na mídia ou mesmo pelas suas ações no legislativo.

FELIZ, FELIZ: Deputado Gerson Claro (PSDB) tem motivos para comemorar. Entregou um ônibus 0/KM, (viabilizado pela sua emenda de R$ 700 mil) à APAE de Sidrolândia (160 alunos) e na mesma semana foi homenageado pelo Tribunal de Justiça recebendo a Comenda do Mérito Judiciário no grau de Grã Cruz. Parabéns.

CONECTADAS: Embora as agendas entre esse pleito de 2024 e as eleições presidências sejam diferentes, elas estarão ligadas pelos motivos já constatados em ocasiões anteriores. Os resultados nos municípios é que irão apontar ou consolidar lideranças que vão dar suporte as candidaturas de 2026. Sempre foi assim. 

LER E REFLETIR: “Do almoxarifado em um subsolo de Brasília, onde estão exilados, Geraldo Alckmin (PSB) e Simone Tebet (MDB) têm tempo livre para promover um seminário sobre o que significa “frente ampla’ na cartilha do PT. Do voto útil e do convite para associar ao petismo. E como não petistas ganham protagonismo em gestões do partido, se sacrificarem suas ambições...(publicado no site UOL de 03/10/2024 – segundo o colunista Raul Juste Lores )

A PROPÓSITO: Contra as expectativas de ingênuos, a atual ministra Simone Tebet (MDB) não veio participar das eleições, em Três Lagoas e nem em Campo Grande. Indaga-se: estariam, ela e Alkckim articulando plano de apoio ao candidato Guilherme Boulos (PT) a prefeitura paulistana, como escada nas eleições de 2026. Tudo pode.

COMPARANDO: Com 55 cadeiras em disputa, a Câmara Municipal de São Paulo – o maior colégio eleitoral do país - tem 1016 concorrentes (18 candidatos por vaga). Na outra ponta, Campo Grande, contando com 29 vagas, totaliza 446 candidatos nestas eleições, sendo 15 postulantes para cada vaga.

DESAFIOS:  Caso não tenha sucesso nas eleições de Corumbá, o ex-senador Delcídio do Amaral (PRD), poderia até tentar uma cadeira na Assembleia Legislativa ou Câmara Federal em 2026.  Aos 69 anos de idade o ex-ministro das Minas e Energia do Governo Itamar Franco, poderia ser convencido a seguir na vida pública. Política é dinâmica.  

NOVA ORDEM: A esquerda era mais dividida que a direita, que perdeu a áurea de unida.  Hoje são vários grupos da direita com os objetivos distintos: o impeachment do ministro Alexandre de Morais, a eleição da presidência da Câmara, a anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e a conquista da prefeitura paulistana. Durma-se com esses sonhos.

DISPOSTO: O deputado Paulo Duarte tem imprimido ousadia em seu mandato com abordagem de temas inéditos. É seu o projeto que obriga os planos de saúde a fornecerem a justificativa ao negarem a cobertura de internação, exames e tratamento dentro de 24 horas através de aplicativo, via sistema médico ou SMS.  Paulo ergueu a bandeira contra as sacanagens dos planos de saúde, cada vez mais caros.

A CONFERIR:  Para Carlos Augusto Montenegro, ex-dono do extinto Ibope, “eleição de prefeito é eleição de síndico. É Zé da Farmácia contra João do Cartório. Tabata tem boas propostas, mas não aconteceu. Nem Datena. Restarão Boulos e sua rejeição do passado e Nunes, que não apaixona ninguém. ”

CONVENHAMOS: É o fundo do poço. Já tivemos Getúlio, JK, Tancredo, Ulisses e Covas. Hoje temos Pablo Marçal disputando a prefeitura paulistana. Lá fora a coisa não está melhor. Comparar Churchill, De Gaule com os protagonistas Trump, Bolsonaro, Trump e Milei faz a gente perder a esperança por novas lideranças e dias melhores.

O INGÊNUO: “Que neste ano de eleições, os candidatos sejam probos, solidários, sinceros, educados, cultos, desprovidos de ganância e atitudes escusas. Que os debates sejam civilizados, com propostas que beneficiem o coletivo em detrimento do individual. Basta de falsas promessas e que vença o melhor e não o menos pior. Ah! ah! AH!” (Sponholz)

GABRIEL G. MARQUES: “Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode conceber o que são. (-)... ”

AINDA: “... Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte”.


PILULAS DIGITAIS:

Não dê dízimo. Matricule seu pastor no Senai para ele aprender a trabalhar.

A solidão faz bem para aqueles que não suportam gente chata. (dr. Zureta)

Pergunta do dia: você já pagou a conta da luz do fim do túnel? (dr. Zureta)

Qual a função do coração? Sofrer. 

Quanto mais você racionaliza, menos você cria (Raymond Chandler)

A sorte das “direitas” é que as “esquerdas” vivem de um passado que já passou. (Dora Kramer)

A jogatina mostrou seu rosto e o governo quer arrecadar com as apostas. (Élio Gaspari)

Paes promete Ozempic de graça no Rio: “Não vai ter mais gordinho”.

O delator ganha o pão com o suor de seu dedo. (Millôr)

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