ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 25º

Manoel Afonso

PSDB e Zeca do PT perto da união

Manoel Afonso | 09/03/2018 08:19

RECOMEÇO do inferno astral para o empresário João Amorim, ex-deputado federal Edson Giroto (PR), ex-governador Puccinelli (MDB) e outros suspeitos ou denunciados na ‘Lama Asfáltica’? Pelo menos a decisão do STF em revogar o ‘habeas corpus’ de Amorim sinaliza isso com novos capítulos desta novela sem mocinhos. Haja camburão!

LEMBRETE As investigações da Polícia Federal continuam por conta da delação premiada ( maio/2017) do empresário Ivanildo Miranda, substituído por André Luiz Cance como operador de propina junto a JBS no final do Governo de Puccinelli, segundo contou o delator Miranda. Imprevisíveis e temidos os estragos de sua fala.

CORINGA FIEL No café amigo com Carlos A. de Assis – ‘cap’ da Secretaria de Administração, a revelação que mostra sua personalidade: votará em Nelson Trad (PTB) para senador sem deixar de arregaçar as mangas na campanha de Reinaldo (PSDB). Lá atrás avisou o governador deste compromisso, aceito sem objeções. E ele segue ao seu
estílo ‘portas abertas’, de olho no calendário eleitoral.

BOM NOME? Advogado, pós graduado na FGV em Gestão Empresarial e Marketing, Carlos Coimbra (42) seria um dos nomes para compor a chapa majoritária de Reinaldo (PSDB) à reeleição. Passou pelo comando do Hospital do Câncer e Hospital Regional antes de assumir a Secretaria Estadual de Saúde. Tem boa inserção social, transita bem na classe política, entidades diversas e seu desempenho como gestor é excelente.

OUTROS NOMES Difícil listá-los devido à janela partidária em vigor e eventuais composições após o ‘troca troca’ em 7 de abril. Mas neste período de políticos desacreditados é possível que o perfil técnico tenha melhor aceitação do que um nome essencialmente político. Em tempo: Carlos Coimbra é filho do ex-prefeito da Capital e ex-deputado federal Albino Coimbra e da ex-deputada Marilena Coimbra. Fica o registro.

SINAL VERDE A medida que vai agregando novos apoiamentos, o senador Pedro Chaves (PRTB) vai ocupando maior espaço no cenário pré-eleitoral. Além do mais sua atuação em Brasília mostra a crescente musculatura em atender os prantos de prefeitos e vereadores. Cauteloso mas competente, tem o perfil da experiência inovadora.

1-TORPEDO do governador Reinaldo (PSDB) ao ex-governador Puccinelli (MDB) sobre o aquário: “Esse abacaxi não foi criado por nós, isso veio do governo anterior.

Contrataram um projeto mirabolante, cheio de falhas. Tiveram que durante o projeto, readequar um monte de coisas, pois as obras saiu de R$88 milhões para R$200 milhões e ainda falta terminar”.

2-TORPEDO de Reinaldo sobre a ponte construída por Puccinelli e que virou notícia ao desabar em ‘efeito dominó’: “A ponte que desabou foi uma obra malfeita. Jogaram dinheiro pelo ralo, aliás, pelo rio, cujo desabamento acabou se tornando uma imagem famosa e demonstrou o descaso de quem deveria ter responsabilidade com a coisa pública”. A nova ponte custará R$4,4 milhões ao Estado.

NITROGLICERINA pura não deve faltar nesta campanha eleitoral. Essas duas citações demonstram isso. Com o distanciamento crescente entre Reinaldo e André, a tendência é que a temperatura suba. Nos bastidores do Parque dos Poderes e da Assembleia Legislativa corre a versão de que o Governo quer manter boas relações com os deputados do MDB, mas sem André.

CENÁRIO Até aqui não há críticas contundentes dos deputados do MDB na Assembleia Legislativa com o tom de oposição ferrenha ao Governo. No fundo, cada um deles apenas preocupado com a tentativa de reeleição. No episódio das pontes, eles não se manifestaram sobre o fato e tampouco sobre a fala do governador criticando a
qualidade das obras e seus gastos. ‘Interessante’ mesmo esse ‘silêncio’.

PROJETOS O deputado Henrique Mandetta (DEM) pode ter dificuldades para se reeleger caso não convença a opinião pública sobre o caso Giza. O ex-prefeito Bernal (PP) pode ser o seu algoz no horário eleitoral. Já o deputado Eduardo Rocha (MDB), reconhecendo que sua situação eleitoral não é boa em sua base eleitoral, por conta do desgaste previsto e pela boa gestão do prefeito Guerreiro (PSDB), tentará a reeleição.

MAMATAS Desde a criação do Estado não foram poucos aqueles felizardos que se beneficiaram pelo nível de relacionamento político com os governantes para alugar imóveis para abrigar repartições públicas. Os preços, salgados ou não – mantidos em sigilo. Agora o deputado Felipe Orro (PSDB) teve a feliz iniciativa do projeto
obrigando a publicação no portal de transparência dos valores de todos os imóveis de particulares locados ao governo estadual. Vou acompanhar de perto a sua tramitação.

JANELA PARTIDÁRIA O tempo de propaganda e a fatia do fundo eleitoral dependem do tamanho das bancadas do Congresso. 48% da grana do Fundo depende do número de deputados de cada partido; é a maior fonte de financiamento de campanha seguida pelas doações de pessoais físicas e o autofinanciamento. Para participar dos
debates no rádio e TV o partido precisa ter no mínimo 5 congressistas. Com 1 senador e 2 deputados, a Rede, sigla de Marina Silva, por exemplo, não participaria dos debates.

O JOGO É como em Las Vegas: não vale perder. O parlamentar pensa apenas na sua sobrevivência política ao trocar de partido. Analisa o potencial do candidato na chapa majoritária e a concorrência na eventual coligação partidária. Não adianta ser campeão de votos no partido e não ter companheiros bons de votos. ‘Morre na praia’ – como se
diz. É o que pensam por exemplo os deputados Barbosinha ( PSB) e Takimoto (PDT). O primeiro deve ingressar no PSDB e o segundo rejeitando o MDB, ficando onde está.

ESPERANÇA A decisão do Tribunal de Justiça no próximo dia 21 pode resultar em mudanças no cenário. Nesta data deve ser reiniciado o julgamento do recurso interposto pelo ex-governador Zeca do PT contra aquela decisão que o tornou inelegível. Dois desembargadores que já votaram - acolheram seu pedido de anular todo processo,
reabrir prazos para a instrução (ouvida de testemunhas) com novo julgamento em 1ª. instância. Falei com o advogado Carlos Alberto de Jesus que vê chances de procedência do recurso.

O DESTINO Por essas ironias partidárias, o PT de Mato Grosso do Sul pode contrariar até a orientação nacional ( e ainda tem?) e caminhar – ainda que informalmente – com a candidatura tucana do governador Reinaldo à reeleição. O ex-governador Zeca do PT mantém boas relações com Azambuja e tratativas neste sentido estão sendo costuradas.

DE ACORDO Conversei sobre o assunto com o deputado Zé Teixeira (DEM) que reconheceu essa possibilidade, alegando que ‘a política envolve diálogo entre todas as partes’. Também os deputados Felipe Orro (PSDB) e Pedro Kemp (PT) comungaram com o mesmo pensamento do colega democrata. Pelo visto esse entendimento não é mais segredo entre os deputados da base aliada do governo e os deputados petistas.

EXPLICO Não é segredo as desavenças entre Zeca do PT com o ex-governador Puccinelli e o ex-juiz Odilon de Oliveira. Daí a impossibilidade do seu partido coligar ou apoiar qualquer uma das duas candidaturas. A terceira via seria a candidatura de Zeca do PT ao Senado com apoio informal apenas à candidatura de Reinaldo. O obstáculo inicial seria a viabilização jurídica do direito do ex-governador petista deixar de ser inelegível. Aliás, medida neste sentido já transita em nosso Tribunal de Justiça.

DÚVIDAS Nos bastidores perguntas ainda continuam sem respostas. A liderança de Zeca representaria a parte maior ou menor dentro do partido, comparando-se as outras lideranças que bandearam para o PDT e hoje defendem a candidatura do ex-juiz Odilon de Oliveira? Como o eleitorado petista reagiria com essa espécie de coligação branca
(informal) com o PSDB?

ENFIM... Somar é preciso quando se prepara para a guerra eleitoral. Os resultados podem ficar distantes das previsões, pois a tecnologia da informação está presente e faz estragos a toda hora. Imagino as imagens, boatos e notícias que vão povoar as telas dos celulares nas esquinas de todas as ruas deste país. O candidato que não tiver ‘guarda chuva’ deve se acautelar e ficar em casa cuidando dos filhos ou netos.

“...tem que descer o cacete mesmo. Tem que apanhar porque eles vão revidar e aí é
a hora de apanhar”. (Vereador Salineiro-PSDB)

Nos siga no Google Notícias