ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  21    CAMPO GRANDE 24º

Rede de apoio

A ansiedade é uma emoção negativa?

Por Lia Rodrigues Alcaraz (*) | 24/06/2024 15:10

A ansiedade tem sido vista muito frequentemente como uma emoção negativa, porém, ela também possui aspectos positivos que podem ser aproveitados para o crescimento e desenvolvimento pessoal, esses aspectos são evidentes tanto na vida real quanto em representações culturais, como no filme "Divertidamente 2" estreado dia 20 nos cinemas da capital.

O filme "Divertidamente 2”, como já esperado, continua a explorar o mundo das emoções dentro da mente de Riley, agora uma adolescente de 13 anos, iniciando a puberdade, o filme mostra e aprofunda a representação de como as emoções, incluindo a ansiedade, podem influenciar a vida de maneira complexa e multifacetada.

A ansiedade, muitas vezes percebida como uma emoção negativa, pode ter tanto efeitos adversos quanto benéficos, dependendo do contexto e da maneira como é gerida, no filme, a ansiedade é retratada como uma emoção que pode gerar medo e preocupação excessiva, impactando negativamente a vida da adolescente. Esse aspecto negativo da ansiedade é comum na realidade, onde ela pode paralisar e dificultar a tomada de decisões. Por exemplo, a ansiedade excessiva pode levar à procrastinação, ao evitar situações sociais ou ao aumento do estresse, resultando em problemas de saúde mental e física.

Na adolescência é onde a ansiedade pode tornar essas transições ainda mais difíceis, criando barreiras emocionais que podem parecer intransponíveis. O adolescente passa por diferentes formas de vivência da puberdade, e transitar por essas fases não é nada fácil, principalmente para os pais que tem que administrar tudo isso.

No entanto, "Divertidamente 2" também nos oferece uma visão mais equilibrada da ansiedade, destacando seus aspectos positivos, como por exemplo, a ansiedade pode servir como um mecanismo de alerta, preparando-nos para enfrentar situações potencialmente perigosas ou desafiadoras. No filme, isso é exemplificado quando a ansiedade ajuda Riley a se preparar para novas experiências, como mudanças na escola e interações sociais, e essa função protetora da ansiedade pode incentivar a preparação e a antecipação de problemas, promovendo a resiliência e a adaptação. Para além disso, a ansiedade pode ser um catalisador para o crescimento pessoal, quando administrada adequadamente, pode motivar a superação de desafios e a busca por soluções.

Aprender a equilibrar suas emoções, inclusive a ansiedade, usando-a como uma ferramenta para se adaptar e crescer, não é uma tarefa fácil, embora no filme seja ilustrado por uma equipe inteira (as emoções) para ajudá-la, nem sempre temos ou fomos criados para conseguir essa auto regulação, e identificar quando a ansiedade está ultrapassando as barreiras e se tornando um problema patológico é necessário e deve ser investigado com profissionais da área da saúde mental.

A busca por esse equilíbrio é crucial, pois permite que a ansiedade seja vista não apenas como um obstáculo, mas como uma força motriz que impulsiona a ação e a transformação pessoal.

O filme nos faz pensar e refletir em como a ansiedade pode ter uma representação rica e multifacetada, mostrando que, embora possa trazer desafios e dificuldades, também possui um lado positivo que pode ser explorado para o crescimento e a adaptação. Ao entender e gerenciar a ansiedade de forma eficaz, podemos transformar uma emoção frequentemente vista como negativa em uma aliada poderosa em nossa jornada de desenvolvimento pessoal.

De toda forma, nunca deixe de buscar ajuda de um profissional da área da saúde mental, psicólogo ou médico  psiquiatra caso perceba que sozinho não é possível essa auto regulação, e também para compreender e melhor elaborar esses sentimentos.

(*) Lia Rodrigues Alcaraz é psicóloga formada pela UCDB (2011), especialista em orientação analítica (2015) e neuropsicóloga em formação (2024). Trabalha como psicóloga clínica na Cassems e em consultório.

Nos siga no Google Notícias