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Ansiedade Ambiental ou Ecoansiedade

Por Lia Rodrigues Alcaraz (*) | 17/05/2024 14:40

A ansiedade ambiental, também é conhecida como ecoansiedade, é uma condição psicológica caracterizada pelo medo crônico de uma catástrofe ambiental. Esse fenômeno emergente reflete a crescente preocupação das pessoas com as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade, a poluição e outros problemas ecológicos que ameaçam a saúde do planeta.

O termo foi apresentado em 2017 pela Associação Americana de Psicologia, concluindo como: “medo crônico de sofrer um cataclismo ambiental que ocorre ao observar o impacto, aparentemente irrevogável, das mudanças climáticas”. Em 2021, entrou para o prestigioso dicionário de Oxford, já a Academia Brasileira de Letras (ABL), define a palavra como: “estado de inquietação e angústia desencadeado pela expectativa de graves consequências das mudanças climáticas e pela percepção de impotência diante dos danos irreversíveis ao meio ambiente”. A ecoansiedade não é uma condição oficialmente reconhecida nos manuais diagnósticos de transtornos mentais, como o DSM-5, mas tem ganhado atenção significativa entre psicólogos e outros profissionais de saúde mental. Esse tipo de ansiedade pode manifestar-se de várias formas, incluindo sintomas físicos como insônia, fadiga e dores de cabeça, além de sintomas emocionais como sentimento de impotência, tristeza profunda e até depressão.

A principal causa da ecoansiedade é a percepção crescente dos riscos ambientais e a sensação de que as ações individuais ou coletivas são insuficientes para deter a degradação ambiental. As notícias frequentes sobre desastres naturais, o aumento das temperaturas globais e a devastação de ecossistemas contribuem para um sentimento de desamparo e urgência. Além disso, a percepção de que as políticas governamentais e corporativas são inadequadas para enfrentar essas crises pode agravar o sentimento de desesperança.

A ansiedade climática é uma resposta compreensível e legítima às ameaças reais e percebidas das mudanças climáticas, vivenciar ou simplesmente acompanhar as notícias de eventos climáticos extremos, como furacões, enchentes ou incêndios, podem causar traumas e aumentar a percepção de vulnerabilidade. No pós-pandemia, e ainda se reestruturando, esse sentimento traz uma ameaça de perspectiva que os ecossistemas inteiros podem ser destruídos, e essa possibilidade, fantasiosa, pode resultar na perda de biodiversidade. Todos esses sentimentos convergem. E geram um profundo sentimento de perda e luto. Devemos nos preocupar quando o seguinte alerta começar a aparecer: sintomas e crises ansiosas de forma intensa e recorrente, deixando de ser algo pontual, prejudicando as atividades diárias e necessárias, como o sono, alimentação, vida social, esses sentimentos podem se alastrar para sintomas físicos e até evoluir para síndrome do pânico, por isso a necessidade de sempre buscar ajuda psicológica.

(*) Lia Rodrigues Alcaraz é psicóloga formada pela UCDB (2011), especialista em orientação analítica (2015) e neuropsicóloga em formação (2024). Trabalha como psicóloga clínica na Cassems e em consultório.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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