Fiscais agropecuários garantem qualidade do alimento que chega à mesa
Dia do Fiscal Estadual Agropecuário, profissional que garante a saúde da população e a qualidade dos alimentos
Os sul-mato-grossenses consomem diversos alimentos que são oriundos do campo, como soja, leite, queijo, carne e frutas. Antes de chegar à sua mesa, esses e outros produtos passam por uma série de procedimentos como a fiscalização agropecuária.
Hoje, dia 21 de maio, é celebrado o Dia do Fiscal Estadual Agropecuário, que realiza um serviço fundamental para garantir a saúde da população e a qualidade dos alimentos, desde a produção até a indústria.
Graças ao trabalho desses servidores públicos que integram o quadro da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), a população sul-mato-grossense pode confiar nos alimentos que chegam à sua mesa.
“O fiscal estadual agropecuário realiza, por exemplo, a fiscalização da propriedade e do local onde os animais serão abatidos, acompanha os procedimentos para vacinação do gado, realiza inspeção em frigoríficos para certificar a saúde dos bovinos, aves e suínos”, explica o presidente do Sindicato dos Fiscais Estaduais Agropecuários de MS (Sifems), Ivan Garcia, que é médico veterinário. Ele atua na Iagro desde 1985 e exerce a função de fiscal estadual agropecuário desde 2012.
Mato Grosso do Sul conta hoje com 211 fiscais estaduais agropecuários na ativa, sendo 171 médicos veterinários, 35 engenheiros agrônomos, 2 biólogos, 2 químicos e 1 engenheiro químico.
Os fiscais estaduais agropecuários são os responsáveis pela fiscalização e a inspeção de produtos e subprodutos, tanto de origem animal quanto vegetal, insumos agropecuários e produtos transgênicos. Também realizam o controle do trânsito de animais e vegetais através de postos fixos e móveis nas rodovias e estradas do Estado.
Esse é um trabalho extremamente importante para a prevenção e o controle de zoonoses (doenças transmitidas do animal para o ser humano) como raiva, brucelose e tuberculose, e de doenças transmitidas pelos alimentos.
“São realizadas também inspeções em estabelecimentos como os laticínios e análises de alimentos como o queijo, a linguiça, para verificar se há algum tipo de contaminação”, explica Ivan Garcia.
Fiscalização de venda de vacinas, controle de pragas, fiscalização do vazio sanitário da soja, fiscalização da venda e armazenamento de agrotóxicos também são atribuições dos fiscais estaduais agropecuários. A rotina desses profissionais envolve análises em laboratórios, avaliações, pesquisas, projetos, vistorias e auditorias operacionais.
Os fiscais estaduais agropecuários ainda realizam a fiscalização de transporte e venda de sementes e mudas por conta do risco fitossanitário, trabalho de extrema importância para evitar a introdução e a disseminação de pragas que ainda não foram identificadas em Mato Grosso do Sul, garantindo de uma produção economicamente viável e com sanidade forte no Estado.
Exportações
Como atividade essencial, o trabalho desses servidores continuou durante a pandemia e reforçou ainda mais a importância da fiscalização agropecuária não apenas para a saúde da população como também para a economia de Mato Grosso do Sul.
São os fiscais agropecuários que certificam a qualidade e a sanidade da carne sul-mato-grossense conforme os critérios e normas sanitárias internacionais, o que contribui para as exportações. Em 2020, o Estado registrou aumento de 11,32% nas exportações, entre os principais produtos exportados estão a soja e a carne bovina.
Esses servidores também são fundamentais para a retirada da vacinação contra febre aftosa a partir de 2022, conforme prevê o Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA).
Mesmo diante da relevância desse trabalho, segundo o sindicato da categoria, não há valorização dos fiscais agropecuários por parte do Governo do Estado. “Enfrentamos déficit no quadro de fiscais por causa da falta de valorização da carreira por parte do governo, que paga pouco. Sem falar nas condições de trabalho que são precárias. Em 16 municípios de MS, não tem fiscal estadual veterinário e 1 município não há servidor nessa área”, ressalta o presidente do Sifems.
O Sifems reforça o compromisso com a valorização desses servidores e parabeniza a todos os Biólogos, Bioquímicos, Engenheiros Agrônomos, Médicos Veterinários, Químicos e demais profissionais que atuam como fiscais estaduais agropecuários em Mato Grosso do Sul.
“Melhorar o salário dos fiscais agropecuários não pode ser visto como um custo e sim como investimento que terá grande retorno, com um serviço ainda mais seguro e de qualidade para garantir a saúde da população e o fortalecimento da economia estadual por meio do agronegócio”, acrescenta Ivan Garcia.
Homenagem
O Dia do Fiscal Estadual Agropecuário foi instituído pela Lei Estadual 4.923 e reflete a importância desses profissionais para a sociedade e para o agronegócio sul-mato-grossense.
O Sifems aproveita a data para registrar uma homenagem ao fiscal estadual agropecuário e médico veterinário, Luciano Chiochetta, que faleceu no dia 25 de janeiro de 2021, vítima da Covid-19.
“Ele contribuiu muito para a defesa agropecuária de Mato Grosso do Sul, trabalhou para o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, atuou no sindicato e na Iagro. É uma referência para todos nós por sua dedicação e profissionalismo”, afirma o presidente do Sifems.
Luciano Chiochetta foi secretário-geral (2011 a 2013) e vice-presidente do Sifems (2014 a 2015) e diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) de 2015 a 2019.