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Direto das Ruas

Falta de ar-condicionado compromete atendimento de crianças em Caps

Médica e mãe relataram nesta manhã os transtornos provocados pela falta de conforto na unidade

Guilherme Correia e Natália Olliver | 29/03/2023 14:25
Responsáveis e uma criança aguardam atendimento em corredor do Caps do Monte Castelo. (Foto: Direto das Ruas)
Responsáveis e uma criança aguardam atendimento em corredor do Caps do Monte Castelo. (Foto: Direto das Ruas)

Usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) e trabalhadores da área têm reclamado das condições do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) do Bairro Monte Castelo, em Campo Grande, onde há muitos locais sem ar-condicionado, que geram desconforto, sobretudo em dias quentes.

Uma pediatra, que preferiu não se identificar por temer represálias, comenta que as crianças ficam agitadas com a falta de um ambiente mais climatizado. “Não tem um pingo de decência para estarem internados lá, é um calor insuportável lá dentro. Conseguimos ver que pelo calor está piorando o quadro deles”.

“São crianças com autismo e elas não estão conseguindo ficar nesse ambiente”, resume. Ela também comenta que outros colegas já denunciaram na Ouvidoria, mas que não houve resposta por parte da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

“Ontem mesmo, estávamos atendendo uns pacientes à noite e um paciente meu não conseguiu ficar na sala por causa do calor e foi embora. A unidade atende cerca de 100 crianças por dia, todas com necessidades especiais devido a gravidades psicológicas e neurológicas. O Caps tem equipe multidisciplinar e 20 médicos”.

A médica acrescenta que, na unidade original do Caps, foi improvisado atendimento em um colégio onde há apenas tapumes e não paredes. “As crianças internadas dormem em locais improvisados, sem climatização, dormem em colchonetes de plásticos que elevam a temperatura corporal e causam um aumento de transpiração e, consequentemente, desidratação”.

Uma mãe, que preferiu não se identificar, relata que os dias têm sido muito quentes e que era preciso um sistema de ar-condicionado dentro da unidade de saúde. “Não temos condições de ficar neste ambiente abafado com estes colchões de plástico, especialmente os idosos”.

“O calor está insuportável e o sol ainda está forte”, diz ela, que pede que os pacientes sejam realocados para outro local ou uma sala mais fresca. “Estamos passando mal aqui e é muito triste”.

Segundo a médica, toda a equipe reclama das más condições de trabalho e as altas temperaturas, conforme ela, fazem que alguns até passem mal durante o expediente. A hipertermia - situação em que o corpo fica em temperatura mais elevada que o normal - é uma condição clínica que pode levar até ao óbito.

Algumas pessoas podem sofrer aumento de pressão arterial, tontura, dor de cabeça, até podendo desmaiar, além da desidratação, que ocorre principalmente em crianças e idosos. "O aumento da temperatura externa diminui a quantidade de líquido no organismo, por isso a importância de nos hidratarmos melhor e ter um ambiente climatizado”, finaliza a pediatra.

Segunda a Sesau, é necessário realizar a readequação da rede elétrica para que seja possível fazer a instalação de equipamentos de ar condicionado, para que não haja uma sobrecarga e, consequentemente, ofereça problemas de queda de energia e até mesmo risco de curto circuito.

Ainda de acordo com a nota da Secretaria de Saúde, a intervenção necessária já está no planejamento do serviço de manutenção da Sesau e deve ser executada o mais breve possível. "Cabe esclarecer que apesar do transtorno causado, nenhum atendimento está sendo prejudicado".

"A unidade está trabalhando internamento para minimizar os efeitos da falta do equipamento e assegurar as condições mínimas para manutenção da assistência dos pacientes", diz a pasta.

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*Reportagem atualizada às 16h52 para acréscimo de informações.

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