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Direto das Ruas

Fios pendurados em ruas e calçadas preocupam moradores do Jardim São Lourenço

De acordo com Setlog/MS, esse tipo de incidente é recorrente

Liana Feitosa | 05/05/2022 16:39
Emaranhado de fios está pendurado sobre Rua Evereste. (Foto: Liana Feitosa)
Emaranhado de fios está pendurado sobre Rua Evereste. (Foto: Liana Feitosa)

Moradores do bairro Jardim São Lourenço, em Campo Grande, têm convivido com fios e cabos de telefonia e internet soltos em ruas e calçadas, arrebentados por caminhões que transitam por ali. Em determinado ponto da Rua Evereste, eles foram aglomerados de maneira improvisada sobre a rua e tem fio amarrado até mesmo em árvore.

A massoterapeuta Nádia Menezes mora nessa rua há 2 anos e cerca de 1 mês atrás ela teve que lidar com o transtorno de ter o fio de internet arrebentado por um caminhão. “Fiquei sem internet e telefone. Mas liguei na empresa de internet e vieram no mesmo dia fazer o reparo”, conta.

Outra moradora do bairro, que preferiu não se identificar, relata que esse transtorno ocorre com frequência no bairro, e crê que o fluxo constante de caminhões na região, devido ao acesso fácil a diferentes regiões da cidade pela Avenida Eduardo Elias Zahran, que corta o bairro, é uma das explicações.

Regras - De acordo com Dorival Oliveira, diretor administrativo do Setlog/MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul), realmente esse tipo de situação é recorrente. E ele esclare os motivos para isso.

“Primeiro precisamos entender que o veículo (caminhão) tem que respeitar uma série de normas. Existe uma definição que precisa ser seguida, uma altura, largura e limite de peso máximos a serem respeitados. Por outro lado, também tem a responsabilidade de empresas de telefonia e internet, que muitas vezes colocam a fiação abaixo da altura regulamentar”, detalha Dorival.

Fio arrebentado foi amarrado em árvore na Rua Ináxio de Souzxa com Evereste. (Foto: Liana Feitosa)
Fio arrebentado foi amarrado em árvore na Rua Ináxio de Souzxa com Evereste. (Foto: Liana Feitosa)

Ele também pontua sobre a existência de árvores sem poda que dificultam a visualização de caminhões e aumentam o risco desse tipo de acidente. Para ele, autoridades de trânsito e empresas precisam estar atentas à realidade.

“É constante o relato de empresários de transporte que tiveram baús (tipo de caminhão) amassado. A gente conversa com os motoristas para buscarem medidas que evitem o caminhão de enganchar, mas não tem o que fazer. As autoridades precisam fazer valer as regras que existem sobre isso”, afirma.

Segundo a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), a responsabilidade pela manutenção dos postes e redes telefônicas é dividida entre as empresas proprietárias desses postes, ou seja, as empresas de energia elétrica, e as operadoras que os alugam essas estruturas para a instalação de fios. Cabe a ambas usá-los e manterem as redes de forma adequada.

O gerente de Fiscalização e Trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Carlos Guarini, reforça a definição da Anatel. “Colocando os fios na altura adequada, nem carros altos, nem caminhões, arrebentarão esses fios”, completa.

De acordo com ele, “quando uma fiação é arrebentada, uma equipe da agência é enviada ao local. Se for de telefone ou internet, os agentes puxam a fiação para a calçada. Se for fiação de energia, não mexemos, deixamos a equipe no local para evitar qualquer transtorno maior ou acidente de trânsito e acionamos a Energisa”, detalha.

Direto das Ruas - A denúncia chegou ao Campo Grande News por meio do canal Direto das Ruas, meio de interação do leitor com a redação. Quem tiver flagrantes, sugestões, notícias, áudios, fotos e vídeos pode colaborar no WhatsApp pelo número (67) 99669-9563.

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