Fogo alto ameaça carros em rua do Tiradentes e serve de alerta para queimadas
Com pelo menos 7 chamados por dia, bombeiros lembram que qualquer fogo em vegetação pode fugir do controle
As imagens impressionam pela altura das chamas do fogo que atingiu uma vegetação na Rua Soldado Militar Reinaldo de Andrade, na região do Bairro Tiradentes, em Campo Grande. As fotos chegaram na manhã desta quinta-feira à redação pelo Direto das Ruas e são um exemplo do que a população tem enfrentado diante da falta de consciência de quem acha que limpar terreno significa por fogo somado à falta de chuva.
O Corpo de Bombeiros atendeu, de janeiro até hoje (20), 1.098 chamados para ocorrências de incêndio em vegetação. Onze a mais do que o mesmo período do ano passado. A média, por dia, tem sido de pelo menos sete ligações de quem passa e vê ou é vizinho do fogo.
Sem chuva significativa há 35 dias, as cenas registradas em fotos na reportagem têm virado rotina. Segundo o meteorologista Natálio Abrahão, a última chuva que Campo Grande viu quase nem conta. Foi apenas um milímetro há 17 dias. E a previsão é de que um aumento de nuvens aconteça entre Campo Grande e Amambai e pode chover isoladamente, mas só na região Sul.
"As mudanças nas condições atuais de tempo vão acontecer a partir da noite desta sexta (21), vinda pela região Sul do Estado. Teremos um aumento de nuvens entre Campo Grande e Amambai, com chuva isolado no Sul", relata Natálio.
Para a próxima semana, pode haver queda de temperatura e Campo Grande deve registrar mínima de 13ºC e a partir da quarta-feira (26), a preocupação será a umidade que ficará em percentuais mínimos.
Para os bombeiros, o problema de fogo em vegetação se agrava neste período de ausência de chuva. "As queimadas aparecem com muita frequência, e as causas são advindas da ação humana que vê uma oportunidade de queimar seu lixo e 'limpar seu terreno ou pasto', porém quase sempre essas ações acabam por fugir do controle acarretando inúmeros focos de incêndio pela cidade", explica a assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros.
O maior prejudicado é a própria população que sofre com problemas respiratórios, ainda mais em tempos de pandemia, quando sintomas podem ser confundidos com casos de covid-19.
Outros fatores elencados pelos bombeiros é quanto a dificuldade de trafegar pelas ruas próximas de locais de incêndio, além do risco das chamas atingirem residências e o Meio Ambiente.
"A sociedade precisa quebrar com essa cultura de queimadas que é tão prejudicial ao convívio social e ambiental, atitudes como dar destino adequado aos rejeitos sólidos, aceirar, roçar e remover a vegetação com mecanismos adequados que não seja o uso do fogo faz-se extremamente necessários", reforça o Corpo de Bombeiros.
Penalidades - Atear fogo em terrenos é crime ambiental previsto por lei, com multas que podem chegar R$ 9.658,00 inclusive para quem usar o fogo como justificativa para limpeza de terreno.
Para denunciar queimada em terreno baldio basta telefonar para o número 156 (Central de Atendimento ao Cidadão) e seguir a orientação dos atendentes. A denúncia é anônima.
Além dos bombeiros, a Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista) também recebe denúncias de queimadas, ou por meio do número 156, da prefeitura de Campo Grande. Para queimadas controladas é necessária autorização do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) pelos telefones 3317-2965 ou 99201-9920.
Direto das Ruas – A sugestão chegou ao Campo Grande News por meio do canal Direto das Ruas, meio de interação do leitor com a redação. Quem tiver flagrantes, sugestões, notícias, áudios, fotos e vídeos pode colaborar no WhatsApp pelo número (67) 99669-9563. Clique aqui e envie agora uma sugestão.
Para que sua imagem tenha mais qualidade, orientamos que fotos e vídeos devem ser feitos com o celular na posição horizontal.