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Direto das Ruas

Pais buscam pediatras e reclamam de consultas agendadas a clínicos gerais

Sesau explica que Unidades Básicas de Saúde se adaptam a normas do Ministério da Saúde e, antes de passar por especialistas, pacientes serão assistidos pelos médicos da família

Danielle Valentim | 08/03/2019 13:39
Setor infantil na UPA da Vila Almeida. (Foto: Mayara Bueno/Arquivo)
Setor infantil na UPA da Vila Almeida. (Foto: Mayara Bueno/Arquivo)

As UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família) de Campo Grande passaram a atender normativa do Ministério da Saúde e antes de agendar consultas com especialistas, os pacientes passam por médicos da família, ou seja, clínicos gerais. A adaptação gera revolta entre pais que procuram pediatras e só conseguem marcações para clínicos gerais.

Mães de diversos bairros de Campo Grande procuraram o Campo Grande News para reclamar da medida. Segundo elas, as consultas têm sido agendadas para generalistas e não pediatras.

Jovem de 26 anos, que preferiu não ter o nome divulgado, procurou uma unidade básica de saúde para agendar uma consulta ao filho recém-nascido, mas foi surpreendida. Segundo ela, além do filho ter de passar por um clínico, o atendimento foi marcado para o fim do mês.

“Eu questionei no balcão a falta de pediatra e eles informaram que se meu filho precisar passar por pediatra, eles darão um encaminhamento. Eles disseram também que é pro posto ter um controle” disse.

A prefeitura não confirmou a falta de pediatras na rede municipal, mas explicou que as equipes das UBFSs seguirão o fluxo de atendimento determinado pelo Ministério da Saúde.

Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), as equipes das unidades são compostas por médicos da família, que atendem todas as idades, desde as consultas do pré-natal, fase de crescimento e desenvolvimento, ao atendimento de adultos e idosos.

Sobre a necessidade de, a criança ou paciente de outra idade, ter de passar por especialista, a Sesau garante que as unidades têm a cobertura do Nasf (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) composto por esses profissionais e o clínico geral autoriza um encaminhamento.

Em princípio, as mães temem que o método atrase ainda mais o atendimento com um médico especialista e questionam o fato de o clínico não ter a especialidade pediátrica.

O Campo Grande News indagou as assessorias de imprensa do CRM (Conselho Regional de Medicina) e Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) sobre a situação.

O CRM ainda não se posicionou oficialmente, mas adiantou que o atendimento não é proibido. O que não pode acontecer é a apresentação de um generalista como pediatra.

À reportagem, o Sinmed se solidarizou à revolta nos pais, porque uma criança deve ser atendida sempre por pediatra. A entidade reforça aina que na rede municipal o grande problema é a falta dos especialistas.

Segundo o Sindicato, há um grande número de reclamações e desistência dos médicos de atuarem na rede, devido ao ambiente hostil, baixa remuneração e falta de estrutura.

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