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Direto das Ruas

“Todo dia tem furto”, reclamam moradores de região tomada pelas drogas

Segundo os moradores, os bandidos furtam até números de casas, que são de ferro, para trocar por entorpecente

Viviane Oliveira | 06/04/2022 09:23
Casal é um dos suspeitos de praticar furto na região. (Foto: Direto das Ruas)
Casal é um dos suspeitos de praticar furto na região. (Foto: Direto das Ruas)

“Todo dia tem furto. É de manhã, à tarde e à noite. A gente não aguenta mais”. O desabafo é da administradora do grupo de WhatsApp Vizinhos Solidários com 256 moradores da Orla Morena, Cabreúva, Monte Verde, Vila Planalto e Vila Sobrinho, bairros localizados na área central de Campo Grande.

Segundo os moradores, essas regiões estão tomadas por usuários de drogas, que ficam perambulando pelas ruas como zumbis o dia inteiro, pedindo dinheiro e aproveitando para furtar as casas que não tem ninguém. Sempre há relato de alguém que saiu para trabalhar e teve a residência furtada. Eles afirmam que a PM (Polícia Militar) e a GCM (Guarda Civil Metropolitana) estão presentes no bairro, mas o que deixa a desejar é a prefeitura com o trabalho de assistência social. Assista, abaixo, vídeo que mostra casal furtando residência.


Relato de moradora que foi vítima de furto. Em um dos casos, até um filhote de pitbull foi levado. (Foto: Reprodução)
Relato de moradora que foi vítima de furto. Em um dos casos, até um filhote de pitbull foi levado. (Foto: Reprodução)

“Aqui está insuportável. Tem muitos furtos e arrombamento de residências. A PM e a GCM fazem um bom trabalho, mas os malditos usuários de drogas brotam. A segurança pública está fazendo o seu trabalho, mas é a mesma coisa de enxugar gelo. Eles prendem, mas, no outro dia, os suspeitos voltam para as ruas e furtam novamente. A gente precisa de uma atuação da prefeitura com trabalho de assistência social”, desabafou uma moradora, que pediu para não ser identificada.

A professora Michele Santos, 39 anos, moradora do Bairro Cabreúva há 4 anos, teve a casa furtada 2 duas vezes em menos de 30 dias. Na primeira vez, o poste do padrão foi furtado. Ela ficou três dias sem energia. Na última segunda-feira (4), foi levada a máquina de lavar roupa com 12 dias de uso.

“Essa situação está muito difícil. Aqui tem muitos moradores de rua. Eles passam cuidando e entram na casa que não tem ninguém”, lamentou. Nas duas ocasiões em que foi alvo dos bandidos, Michele registrou boletim de ocorrência.

Outro lado - Em nota, a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) informou que as equipes do SEAS (Serviço Especializado em Abordagem Social) realizam abordagens diárias em toda região central por meio de busca ativa ou atendendo denúncias da população.

"Ocorre que alguns usuários que se encontram nesses pontos, por estarem sob efeito de substâncias psicoativas, recusam a abordagem e os serviços de acolhimento oferecidos. As recusas de atendimento são um direito garantido pela Constituição Federal. Ressaltamos que as equipes sempre retornam aos pontos onde houve recusa, buscando o aceite das pessoas que recusaram a oferta de serviços na primeira abordagem."

Ainda segundo a secretaria, as equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social atuam os sete dias da semana, 24 horas, com o objetivo de oferecer os serviços da Rede de Assistência Social do município, que inclui as unidades de acolhimento e comunidades terapêuticas.

Além da região central, as abordagens são realizadas em diversos pontos de Campo Grande, como espaços públicos, praças, entroncamentos de estradas, terminais de ônibus, entre outros e ocorrem de forma ininterrupta. A SAS orienta a população, ao encontrar uma pessoa em situação de rua, a entrar em contato pelos telefones (67) 9 9660-6539 e 9 9660-1469, que funcionam 24h.

Direto das Ruas - A sugestão de reportagem chegou ao Campo Grande News por meio do canal Direto das Ruas, meio de interação do leitor com a redação. Quem tiver flagrantes, sugestões, notícias, áudios, fotos e vídeos pode colaborar no WhatsApp pelo número (67) 99669-9563.

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