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Economia

Após notificação do Procon, preço da gasolina cai até R$ 0,40 no Centro

Caroline Maldonado | 11/08/2015 09:27
Preço caiu e está em torno de R$ 2,988 na região da Avenida Fernando Corrêa da Costa (Foto: Marcos Ermínio)
Preço caiu e está em torno de R$ 2,988 na região da Avenida Fernando Corrêa da Costa (Foto: Marcos Ermínio)

Depois que o Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor) notificou 30 postos de combustíveis pedindo a justificativa para elevação repentina no preço da gasolina, vários estabelecimentos do Centro de Campo Grande baixaram o valor do litro para até R$ 2,988, o que representa queda de 11,83% ou R$ 0,40, em relação ao preço de R$ 3,38, que vinha sendo praticado. O órgão investiga se houve aumento do preço sem justa causa.

De outra parte, a gerência dos postos garante que o preço em torno de R$ 3,30 é necessário para manter lucro mínimo. O gerente de um dos postos que hoje (11) vende o litro por R$ 2,99, disse que o preço caiu por conta da concorrência que fez o mesmo. O estabelecimento vai responder ao Procon apresentando o balanço dos últimos três meses.

“Vamos mostrar que estamos há 90 dias no vermelho. O posto, que vende em média 250 mil litros por mês, tem uma despesa fixa de R$ 70 mil, que só aumenta. Não dá para ter lucro se o preço não for entre R$ 3,25 e R$ 3,30”, argumentou Luiz Alberto Calepso, gerente do posto Gueno Prosa, localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, esquina com Rua 13 de Maio.

O cliente do local confirma a oscilação de preços na redondeza. Segundo o autônomo Sérgio Malicawa, 45 anos, quando um posto baixa o preço, todos diminuem também e depois vão subindo gradativamente. Ele revesa entre um e outro para pagar menos pela gasolina. “Tenho que fazer um rodízio nos postos para achar preço menor. Às vezes, fico sabendo de um que está cobrando menos, mas não vale a pena mudar o caminho à procura de outro preço”, comenta.

Pelo jeito, o consumidor que circula no Centro já desistiu de economizar centavos. O jornalista Tadeu Cardoso, 32 anos, também percebeu a queda nos preços e acha que não é vantagem procurar sempre o mais barato. “Esses dias, o litro estava R$ 2,88, aí subiu para R$ 3,36 e agora baixou novamente. Não é vantagem sair da rota do trabalho para abastecer em outro lugar”, diz.

Postos deverão justificar ao Procon preço alto dos últimos dias  (Foto: Marcos Ermínio)
Postos deverão justificar ao Procon preço alto dos últimos dias (Foto: Marcos Ermínio)

Justificativa – O gerente Luiz Alberto lembra ainda o valor descontado pelas operadoras de cartão para justificar o preço. “O cartão de crédito leva cerca de R$ 0,03 e o de débito leva uns R$ 0,02 por litro vendido. O posto tem que cobrar no mínio R$ 0,30 em cima do preço que paga na distribuidora, se não fica sem lucro algum”.

Mesmo com os argumentos, a disputa entre os postos reduziu os preços na região. No posto da Avenida Fernando Corrêa da Costa com Rua 14 de Julho, o litro da gasolina sai por R$ 2,999. Na esquina das ruas Rui Barbosa com 26 de Agosto, o estabelecimento cobra R$ 2,988. Perto dali, na Avenida Calógeras, apenas um posto da redondeza mantém hoje o valor de R$ 3,399.

Procon – Os empresários terão que apresentar o preço de venda, as notas fiscais com o valor da gasolina, etanol e diesel adquiridos junto às distribuidoras. Serão analisadas as vendas realizadas nos dias 3 de junho, 17 de junho, 1° de julho, 15 de julho e 3 de agosto, conforme o Procon.

O órgão exige ainda que os postos notificados informem o motivo do aumento súbito do preço nas bombas, ocorrido entre o final de julho e início de agosto, que elevou preços em até 20%. A fiscalização ocorre após o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) afirmar que o MPE/MS (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul) precisa "olhar com atenção e investigar" o aumento no preço dos combustíveis.

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