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Economia

Assim como este ano, agricultura em 2017 vai depender do clima em MS

Renata Volpe Haddad | 02/12/2016 12:12
O custo de produção do milho safrinha foi de R$ 33 por hectare, causando prejuízo real aos produtores de Mato Grosso do Sul. (Foto: Aprosoja/MS)
O custo de produção do milho safrinha foi de R$ 33 por hectare, causando prejuízo real aos produtores de Mato Grosso do Sul. (Foto: Aprosoja/MS)

As condições climáticas para a agricultura em 2017, podem ser um impasse na produtividade da soja em Mato Grosso do Sul. No início deste ano, com as chuvas intensas houve atraso na colheita do grão, afetando na demora do plantio do milho safrinha, semeado fora da época recomendada e acarretando na quebra de safra de 33,48%.

O plantio de soja no Estado já foi concluído e começa a preocupar, já que há regiões com o grão semeado que não chove há 30 dias. A afirmação é do presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto. "Há produtores da região Sul do Estado que plantaram a soja e estão até 30 dias sem chuvas e tem alguns que estão com a produção normal, por isso não há como afirmar uma quebra de safra, porque ela não existe". 

A expectativa de produtividade na safra 2017 é de 7.087 milhões de toneladas em 2,5 milhões de hectares, apenas 2,4% de evolução de área. O VBP (Valor Bruto da Agricultura) deve ser de R$ 17,98 bilhões no próximo ano, crescimento de 5,65%.

Segundo Bortolotto, essa crescimento de área é o avanço em locais de pastagem de pouca produtividade. "Estamos trabalhando com um número menor, em safras anteriores o avanço chegava até 6%, mas porque a rentabilidade da soja este ano é uma incerteza, o preço caiu em relação a safra que colhemos, o número vendido antecipadamente é menor, houve uma quebra no milho safrinha e tudo isso faz com que o produtor diminua o avanço na área plantada. São fatores normais na agricultura e 2017 é um ano de consolidar as áreas e aumentar a rentabilidade".

Sobre a rentabilidade, o produtor do Estado conseguiu uma média boa, mas houve agricultores que tiveram problemas com o escoamento, manejo correto por causa das chuvas intensas. "Esses produtores tiveram dificuldade na rentabilidade, porém, em uma média geral, outros agricultores tiveram uma boa safra e conseguiu avançar".

O custo de produção para esta safra para produtores do Estado é 26% maior que na safra anterior, sendo R$ 3,098 mil por hectare. "São números prévios, colhidos em 938 propriedades que visitamos até o momento".

Projeções foram apresentadas nesta sexta-feira (2), pelo departamento econômico da Famasul. (Foto: Famasul)
Projeções foram apresentadas nesta sexta-feira (2), pelo departamento econômico da Famasul. (Foto: Famasul)

Milho - Com a quebra de safra no milho safrinha de 33,48% em 2016 em Mato Grosso do Sul, o departamento econômico da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de MS) projeta crescimento em 2017, de 11,65%.

De acordo com a gestora de economia da Famasul, Adriana Mascarenhas, a projeção positiva é na expectativa da recuperação das áreas de produção. "Tivemos uma quebra muito grande e esperamos recuperar isso em 2017. Os preços do milho devem continuar estáveis, não tem projeção nem de aumento nem de queda".

Bortolotto explica que os produtores tiveram prejuízos com o milho safrinha em 2016. "O custo por saca de milho foi de R$ 33 e o preço da saca de 60kg ficou nessa média. O milho é incerteza, após anos de crescimento significativo, o agricultor aumentou a área plantada, e esse ano na média o produtor pagou para trabalhar e teve prejuízo real nos custos de produção".

Para o presidente da Famasul, Maurício Saito, este ano ainda rendeu bons resultados na agropecuária devido ao trabalho científico e da adoção das tecnologias do produtor rural. "Tivemos uma condição climática que não foi favorável principalmente ao milho safrinha e passamos este ano com o VBP similar ao de 2015. Para 2017, esperamos que se mantenha o valor já que esperamos que as condições climáticas sejam favoráveis".

Em relação a cana-de-açúcar, a projeção é de crescimento de 15,62% devido a valorização do açúcar no mercado externo.

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