Associação quer mais benefícios para o setor de frigoríficos no Estado
Membros da Assocarnes (Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carne) se reuniram nesta segunda-feira (25) para debater assuntos ligados ao cenário econômico do setor em Mato Grosso do Sul. Como encaminhamento, deve ser criada uma comissão para negociar mais incentivos e benefícios junto ao governo, principalmente aos pequenos abatedouros.
João Alberto Dias, presidente da entidade, afirma que a alta carga tributária aplicada no estado é nociva para as empresas do ramo. Ele comparou a situação com São Paulo, que isentou os frigoríficos de impostos para fomentar a produção. “Hoje nós temos a maior carga tributária de ICMS de carne do Brasil”, pontua.
Dias também questiona vantagens que segundo ele são das pelo poder público a grandes empresas como JBS, como isenções e renúncias fiscais. O presidente da Assocarnes acusou a empresa de praticar dumping, quando vende produtos a preços inferiores aos de mercado para eliminar a concorrência.
“[As companhias] estão chegando no ponto do estrangulamento. Então nós precisamos tomar uma atitude. O setor fica naquela confiança de que algo vai ser feito, que amanhã vai ser melhor e isso não tem ocorrido e estamos vendo o setor definhando, chegando a um ponto em que não vai ter mais concorrência”, opina o dirigente.
O dirigente também adiantou que até o fim de 2016 duas unidades frigoríficas devem ser inauguradas em Mato Grosso do Sul. Sem adiantar quais são as empresas, afirmou que uma delas vai ser sediada em Chapadão do Sul, com capacidade para abater 400 cabeças por dia; e outra em Santa Rita do Pardo que poderá abater 300 cabeças por dia. Ambas serão habilitadas para exportação.
A reunião, conforme o presidente, contou com a presença apenas dos associados da entidade. Representantes da JBS e do Governo Estadual não foram convidados para discutir o assunto. Segundo Dias, após a discussão ambos serão procurados pelos representantes da Assocarnes.
Márcio Monteiro, secretário estadual de Fazenda, negou qualquer tipo de benefícios fiscais ao grupo JBS por parte do governo e sobre a carga tributária, afirma que Mato Grosso do Sul, ao contrário de São Paulo, vive do agronegócio e portanto precisa aplicar tributos que possam dar um retorno financeiro e questiona como seria isentar os frigoríficos de impostos se o estado vive disso.