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Economia

Com 21 anos, Caroline ajuda a elevar estatística de mulheres no campo

Procura feminina por qualificação rural aumentou 26% neste ano

Osvaldo Júnior | 17/09/2017 15:55
Caroline Coutinho trabalha como operadora de forwarder na Fibria (Foto: Divulgação/Fibria)
Caroline Coutinho trabalha como operadora de forwarder na Fibria (Foto: Divulgação/Fibria)

Mulher, jovem e operadora de máquina pesada. Com esse perfil, Caroline Coutinho, 21 anos, é exemplo de parte das transformações no mercado de trabalho agropecuário. Para conquistar o emprego de operadora de forwarder (colheitadeira florestal) no início deste ano, ela delineou mesmo caminho feito por número crescente de mulheres: o da qualificação. No Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Mato Grosso do Sul), a procura feminina por cursos aumentou 26% neste ano.

Máquinas agrícolas não são novidades para Caroline. Ela já trabalhava com trator, ajudando o pai na fazenda. Agora, no entanto, a situação é outra: a operadora de forwarder está em área profissional em alta, com salário acima da média para o campo, e com possibilidade real de crescimento. Caroline trabalha na unidade da empresa Fibria em Água Clara. Conforme o site de carreira Love Mondays, o salário médio nacional do operador de máquinas florestais é de R$ 3,8 mil.

“Entrei no processo seletivo do final de 2016 e fui contratada em janeiro deste ano”, informa Caroline. O curso foi realizada pela Fibria em parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). “Quando abriu a vaga, decidi me inscrever. Fui bem no simulador, entrevista, psicotécnico, e consegui passar”, lembra-se. O curso durou dois meses, mas a aprendizagem não parou. “Aprendi muita coisa, mas até hoje estou aprendendo na prática”, afirma.

Com a capacitação e conquista da vaga, Caroline ajuda a ampliar o universo de mulheres que buscam qualificação para atividades rurais. De acordo com o Senar/MS, foram atendidas, no ano passado, 13.174 mulheres para cursos de FPR (Formação Profissional Rural) e PS (Promoção Social). Isso corresponde à média mensal de 1.097 alunas. No primeiro semestre deste ano, já são 8,3 mil, o equivalente 1.383 mulheres em média por mês. O incremento é de 26%.

Mesmo com o avanço crescente na quantidade de mulheres, o mercado de trabalho rural ainda é majoritariamente masculino. Isso, no entanto, não representa nenhum problema para Caroline. “Nunca fui tratada com desrespeito por nenhum colega por ser mulher. Dos chefes aos operadores, todos me respeitam aqui”, assegura.

Não só o ambiente de trabalho é bem avaliado pela operadora de forwarder, como também sua própria profissão. “Eu amo o que faço. Trabalho com máquina há sete meses e não penso fazer outra coisa”, disse, satisfeita. “Amo o que faço, amo a colheita. É uma área que eu quero ficar por muito tempo”, completa.

Crescer é o projeto – Caroline era, até há pouco tempo, uma menina do campo. Continuar, profissionalmente, na área rural é, em sua avaliação, algo gratificante. “Morei na fazenda desde pequena e até os 16 anos. Ajudava meu pai nos serviços rurais, como salgar o cocho dos bois, gradear e a mexer com o gado”, rememora.

“Sempre gostei do ambiente rural, e estar nessa função hoje me deixa muito feliz, por fazer o que eu gosto”, conta Caroline. E finaliza: “Hoje, tenho sonhos, metas a cumprir. A vida está me dando uma oportunidade”.

“Hoje me sinto realizada. Tipo, eu amo o que faço. Faz sete meses que eu trabalho com máquina e não penso fazer outra coisa”.

“Eu quero subir de cargo. É lógico. É o que todo mundo quer. Mas eu amo que faço, eu amo a colheita. É uma área que eu quero ficar por muito tempo. Independente de você ser mulher ou não, acredite em você, acredite em seu potencial, porque você pode, você consegue”.

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