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Economia

Com emprego e valor da entrada, consumidor consegue comprar casa

Além disso, é indispensável se programar financeiramente para poder chegar até esse momento

Por Izabela Cavalcanti | 30/01/2024 11:39
Casas sendo construídas e com placas de "vende-se", no Jardim Noroeste (Foto: Marcos Maluf)
Casas sendo construídas e com placas de "vende-se", no Jardim Noroeste (Foto: Marcos Maluf)

Comprar um imóvel não é tarefa fácil, mas a grande questão é: quando chega a hora certa? O requisito essencial para um financiamento é ter emprego estável é já ter o dinheiro da entrada para não sobrecarregar as contas. É o que avalia o presidente do Creci/MS (Conselho Regional de Corretores de Imóveis 14ª Região), Eli Rodrigues.

“É importante ter emprego ou uma renda estável para que não haja contratempo no futuro. O período bom de comprar imóvel é quando você já tem o valor para dar entrada e reserva para os custos da documentação”, ressaltou.

Além disso, algumas construtoras optam por oferecer condições especiais. Em alguns casos, incluem valor da documentação e até parcelam a entrada. Isso depende de cada caso.

Conforme explica o advogado e presidente da Comissão de Direito Imobiliário, Urbanístico, Registral e Notarial da OAB/MS, Flávio Flávio J. Chekerdemian Jr., o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) também é um aliado nesta hora e pode ser usado no valor da entrada. O benefício é de 8% sobre o salário e pode ser utilizado depois de 3 anos.

“A pessoa consegue utilizar o crédito seja para adquirir um imóvel ou para amortizar parcelas do financiamento. Ela consegue trabalhar com esse FGTS para auxiliar a comprar ou até mesmo a liquidar uma parte de uma dívida que ela já possui atrelado ao imóvel”, disse.

Supondo que uma casa de R$ 200 mil seja necessário dar entrada mínima de R$ 40 mil, que é 20% do valor do imóvel. Se um trabalhador que recebe R$ 2,5 mil de salário, por exemplo, tem direito a 8% de FGTS, em 3 anos, terá conquistado R$ 7,2 mil do benefício.

(Arte: Lennon Almeida)
(Arte: Lennon Almeida)

Daqui 1 ano, o cenário muda - Na visão de Eli, é necessário se programar o quanto antes, já que as condições mudam constantemente e daqui 1 ano serão outros cenários. Taxa Selic, custo de produção, valorização do imóvel, tudo muda, e são imprevisíveis.

A Selic, taxa básica da economia, está em 11,75% ao ano, conforme decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) em dezembro. A próxima reunião está prevista para começar nesta terça-feira (30) e terminar na quarta-feira (31).

Para se ter uma noção da variação da Selic, de fevereiro a junho do ano passado, ficou em 13,75% ao ano. Depois, em agosto, caiu para 13,25%; em setembro passou para 12,75%; novembro, 12,25%; e dezembro, 11,75%.

Conforme o Índice FipeZap (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), no ano passado, os imóveis de Campo Grande valorizaram 12,61%, com o preço médio do m² em R$ 5.884.

Como conseguir guardar dinheiro – Ao mesmo tempo em que precisa juntar dinheiro para pagar a entrada da casa, muitas vezes, também precisa pagar o aluguel. Com isso, a conta duplica.

Uma das sugestões é procurar uma casa com o aluguel mais em conta e a diferença ir guardando. É assim mesmo, um processo. Não é da noite para o dia que dá para comprar um imóvel.

“No caso de a pessoa querer comprar uma casa e precisa dar uma entrada, a sugestão é alugar uma casa mais simples, menor, e em bairros mais distantes, pois o preço será menor, para assim juntar dinheiro para comprar um imóvel. É a forma para fazer uma poupança mensal e juntar o valor da entrada do financiamento”, sugeriu o presidente do Creci.

(Arte: Lennon Almeida)
(Arte: Lennon Almeida)

Numa outra visão, o economista e professor da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), Enrique Duarte, explica que é necessário ir preparando o recurso ao longo do tempo.

“Para a disposição desse valor de entrada para o imóvel, existe a necessidade de ir preparando os recursos com certo tempo de antecipação. Aqui uma educação financeira é primordial, esta iniciativa deve partir da própria família. Uma poupança desde o início da fase adulta é imprescindível para flexibilizar na hora da compra do imóvel”, explicou.

Primeiro, é preciso colocar todas as contas no papel e verificar o que é prioridade e o que não é. O intuito é eliminar as coisas supérfluas. Depois, buscar alternativas para substituir produtos mais caros pelos mais baratos.

“É fundamental estar empregado para a compra da casa própria ou dispor de uma renda para honrar os compromissos com as prestações”, finalizou.

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