Com inflação de 0,25% na Capital, consumidor apela às promoções
Apesar do crescimento mínimo da inflação no mês de setembro em Campo Grande, de 0,02 pontos percentuais em relação a agosto, consumidores dizem que precisam traçar estratégias para economizar nas contas. Além de cortar gastos com água e luz, eles correm atrás de promoções, que ajudam, e muito, na renda familiar.
De acordo com dados do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), divulgados hoje (7), em setembro a inflação fechou em 0,25% na Capital, um aumento pequeno em relação ao mês anterior, que foi de 0,23%. O grupo que mais contribuiu para essa alta em setembro foi Alimentação (0,80%), seguido da Educação (0,40%), Saúde (0,27%), Despesas Pessoais (0,17%) e Habitação (0,13%).
Conforme o Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Universidade Anhanguera-Uniderp, que divulga o indicador mensalmente, em setembro praticamente a metade dos cortes de carne bovina apresentou alta nos preços, como o músculo (7,23%), o filé mignon (4,08%) e costela (3,13%). Já o contra-filé (-3,74%), o cupim (-3,34%) e o acém (-2,51%) registraram queda.
“Apesar da fraca demanda do campo-grandense por carne bovina, tem ocorrido aumento de preço desse produto devido à entressafra de boi gordo e ao aumento do volume de exportação, inclusive, com reais chances da exportação do produto in natura para os Estados Unidos, mercado há muito tempo fechado para a carne brasileira. Com isso, haverá uma grande abertura de mercados para a carne do nosso país”, explicou o coordenador do Nepes, o pesquisador Celso Correia de Souza.
Consumidor- Para driblar os preços nos supermercados, o jeito é aproveitar as promoções, segundo a supervisora de vendas, Sirlei Hamana, 32 anos. “A gente vive fazendo economia; de água, luz. No mercado, eu vou atras das promoções e procuro os dias da semana quando a carne é mais barata e as frutas e verduras também estão com preço melhor”.
Apesar dos números apontarem certa estabilidade na inflação, a analista de crédito, Fernanda Santos Teixeira, 25 anos, garante que na hora de pagar a conta tudo “sempre está mais caro”. “Acho que se a gente confiar só na pesquisa, pode confiar errado. Porque quem tem tudo controlado, tudo anotado sabe que, mesmo que seja pouco, a gente paga mais caro cada vez mais. O consumidor sente a diferença”, alertou ela.
Com uma filha de 2 anos, a analista enumera as contas que precisa quitar no fim do mês e lembra que todos os anos os preços sobem. “Tem a escola, a van, o uniforme e tudo isso sempre fica mais caro no ano seguinte”. Preocupada, ela ainda cita ainda o preço das roupas para criança e a lista de material escolar. “É tudo um absurdo”.
Pesquisar antes de fechar a compra. É assim que o consultor da CDL (Câmara Dirigente de Lojistas) José Tadeu, faz para poupar dinheiro. Além de controlar os gastos dentro de casa, como água e luz, José gasta tempo e sola de sapato procurando o melhor preço. Ele garante que a estratégia funciona e vale para qualquer segmento.
“A gente pode até perder tempo, mas pelo menos sei que paguei mais barato. Tem que andar e pesquisar, entrar em várias lojas”, disse ele defendendo a estabilidade da inflação.
Preocupação- Para o pesquisador Celso o aumento do índice do grupo Alimentação começa a despertar preocupações por ter o segundo maior peso na composição da inflação da Capital. “Com o final do ano se aproximando, é comum este grupo registrar preços majorados devido ao aumento de consumo de produtos desse setor”, avaliou o pesquisador.
Na contramão dos alimentos, os grupos que mais seguraram a inflação foram Vestuário (-1,27%) e Transportes (-0,02%). “A deflação do setor de Vestuário é reflexo das liquidações de fim de estação. Mas até o final do ano, esse quadro pode reverter a tendência, com aumento de preços de seus produtos devido à alta demanda das festividades”, explicou Souza.
Os responsáveis pela inflação do mês de setembro foram a alcatra (0,05%), o carro zero (05%), batata (0,04%), papelaria (0,04%) tomate (0,04%), sabão em pó (0,02%), hidratante (0,02%), costela (0,02%), queijo cremoso (0,02%) e blusa (0,02%).
Já os dez itens que mais ajudaram a segurar o índice nesse período foi o queijo muçarela/prato com (-0,04%), calça comprida masculina (-0,03%), contra-filé (-0,03%), diesel (-0,03%), gasolina (-0,03%), acém (-0,03%), impressora (-0,02%), ovos (-0,02%), short e bermuda masculina (-0,01%) e óleo de soja (-0,01%).
Inflação acumulada- Segundo o Nepes, desde abril a inflação tem sido baixa, o que, consequentemente, fez que o índice acumulado do ano se manter menor que o teto da meta inflacionária do CMN (Conselho Monetário Nacional), que é de 6,5%.
Nos últimos doze meses foi registrada uma inflação de 6,48%, número acima do centro da meta de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e muito próximo do teto, que é de 6,5%. No período, as maiores inflações acumuladas por grupos foram: Alimentação, com 9,67%; Educação, com8,89% e Despesas Pessoais, com 7,61%.
Analisando os nove meses do ano, a inflação acumulada aumentou 0,26% em relação a agosto, resultando em 4,66%. O número ultrapassou o centro da meta inflacionária para 2014, que é de 4,5%, mas ainda está abaixo do teto, que é de 6,5%. Nesse tempo, os maiores índices por grupos foram: Educação, com 8,69% e Alimentação, com7,37%,