Com onda de demissões na indústria, saldo de empregos é o pior desde 2006
Indústria de transformação e construção civil foram os setores que mais demitiram, segundo MTE
Mato Grosso do Sul apresentou o pior desempenho em geração de empregos desde 2006 e 236 vagas foram fechadas no mês passado. Seguindo o cenário de maio, foram demitidos 495 trabalhadores da indústria de transformação, de acordo com dados divulgados hoje pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Além da indústria da transformação, a construção civil demitiu 387 funcionários em junho, o setor de extrativa mineral teve perda de 18 postos de trabalho e 5 de administração pública. O setor que mais contratou foi o de serviço, com criação de 419 postos de trabalho, seguido da agropecuária, com 202 contratações e 92 para o comércio.
Em comparação com maio, houve redução de 0,05% em relação ao estoque de assalariados com carteira assinada. Se comparado ao ano anterior, em junho de 2014, foram criados 70 novos postos de trabalho.
Dos municípios pesquisados com mais de 30 mil habitantes, Campo Grande ficou responsável por 697 demissões, sendo 9.423 trabalhadores desligados e 8.726 admitidos. Paranaíba perdeu 121 postos de trabalho, seguido de Ponta Porã com 72 demissões, Naviraí registrou em junho 53 demissões e Corumbá, com saldo de 12 desempregados.
O trabalhador Luiz Henrique dos Santos, 24, foi demitido com mais cinco colegas há 15 dias. Ele comenta que trabalhou por um ano, quando a empresa decidiu reduzir custos. "Essa situação é complicada, porque tem um filho para sustentar, mas logo as coisas se recuperam", comenta.
Carla Mariana Santos de Souza, 22, foi contratada por uma loja de roupas há um mês e ela que já trabalhava com vendas, não perdeu a oportunidade e resolveu mudar de empresa. "Com a experiência que adquiri, ficou mais fácil garantir a vaga, já que a proposta era melhor", diz.
Nos últimos 12 meses, o Caged registrou uma queda de 1,08% no nível de emprego, resultando no fechamento de 5.696 postos de trabalho no Estado.