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Economia

Combustível caro faz postos operarem com “meio tanque” para não fechar

Em Campo Grande, 25 unidades já fecharam e em MS, foram 48; alta do ICMS e cartão de crédito também são fatores determinantes

Liniker Ribeiro | 20/05/2018 10:48
Posto de combustível onde leitor flagrou falta de combustível, neste domingo (Foto: Lucimar Couto)
Posto de combustível onde leitor flagrou falta de combustível, neste domingo (Foto: Lucimar Couto)

O aumento quase que diário do valor do combustível vem afetando não apenas o preço da gasolina, do diesel e do etanol, mas também o estoque dos postos de combustíveis. Na Capital, por exemplo, até os estabelecimentos localizados em regiões de grande fluxo, vem sofrendo com as consequências da crise.

Na avenida Zahran, duas situações diferentes mostram a dificuldade atual dos empresários. Em um deles, nas proximidades da Rua Santana, no bairro TV morena, o estabelecimento se encontra temporariamente fechado, de acordo com o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes MS), devido a dificuldade de negociação entre o empresário e a rede na qual o posto pertence.

No cruzamento com a avenida Rodolfo José Pinho, um leitor do Campo Grande News informou não ter conseguido abastecer, na manhã deste domingo (20), devido à falta de combustível. Para o gerente executivo do Sinpetro, Edson Lazarotto, a explicação para o que foi registrado no local tem sido as mudanças na política adotada pela Petrobras, que estão impedindo que o próprio empresário consiga manter o estoque cheio.

"O capital de giro vem diminuindo nos últimos meses e, por isso, os empresários estão trabalhando apenas com meio tanque, ou seja, metade do estoque", relatou. Além do preço mais alto, o tempo que o empresário leva para receber por pagamentos efetuados com o cartão de crédito, cerca de um mês após a venda, e a alta do ICMS, também são fatores determinantes para o fechamento dos postos.

Só em Campo Grande, cerca de 25 postos fecharam nos últimos 15 meses. No Estado, a estimativa do Sinpetro é de 48 unidades a menos, no mesmo período. "Tivemos uma perda de aproximadamente 30% no volume de vendas no Estado. Boa parte disso nas estradas e em cidades que fazem divisa com outros estados, pois a diferença de até R$ 0,30 faz com que as pessoas acabam optando por abastecer em São Paulo ou no Paraná, por exemplo", aponta Lazarotto.

Com os estabelecimentos fechados, o desemprego também aumentou no setor. De acordo com o Sinpetro, cerca de 600 pessoas perderam o emprego em MS, nos últimos 15 meses. Na Capital, unidades foram fechadas em pontos de grande fluxo, como no cruzamento da Rui Barbosa com a Dom Aquino e na Fernando Corrêa da Costa, esquina com a Rua 13 de maio.

Inflação - O aumento do combustível, inclusive, foi um fator determinante para alta da inflação durante o mês de abril, em Mato Grosso do Sul. De acordo com o levantamento do IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande), com base em cálculos do Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Uniderp, Etanol e Diesel foram os dois produtos que representaram o maior número de contribuições, no período.

Com isso, a taxa superou o mês de março, fechando em 0,31%, contra 0,19% no mês anterior. A gasolina também aparece entre os dez produtos/serviços que representa o maior número de contribuições.

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