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Economia

Comerciantes deixam de lucrar 15% a mais em duas horas de jogo do Brasil

Donos de lojas são praticamente "obrigados" a fecharem as portas, devido ao pouco movimento

Izabela Cavalcanti | 09/12/2022 11:16
Tonin é dono de uma banca de hortifrúti, no Mercadão Municipal (Foto: Izabela Cavalcanti)
Tonin é dono de uma banca de hortifrúti, no Mercadão Municipal (Foto: Izabela Cavalcanti)

Para aqueles que precisam fazer a própria renda para sobreviver, os dias de jogos do Brasil, na Copa do Mundo, não têm sido tão animador. Nesta época, comerciantes são praticamente “obrigados” a fecharem as portas já que ninguém fica nas ruas.

Alguns estimam que deixam de vender 15% em apenas duas horas de partida. Esse é o caso do proprietário da banca do gaúcho, Joãozinho Tonin, de 59 anos. Ele comercializa hortifrúti.

“A venda prejudica, e no momento do jogo é 100%. Não compensa ficar aberto, pois não aparece ninguém. São duas horas a menos de venda, digamos que 15% a menos neste período”, comenta.

Ainda de acordo com Tonin, o local é como se fosse uma corrente, se um está fechado, automaticamente já prejudica os outros.

“É uma corrente aqui. A pessoa vem comprar queijo, aí passa na carne, depois vem para a salada. Se o resto tiver fechado ele não vem aqui só comprar um tomate ou uma mandioca. Além disso, tem gente que fica prestando atenção no jogo e não atende bem”, explica.

Já a proprietária de uma banca de ervas medicinais, Mari Evani Utinoi, de 50 anos, estima que deixa de ganhar R$ 300 no período do jogo.

“Cai bem o movimento. Nessas duas horas, mais ou menos, deixo de ganhar R$ 300. Tem hora que a gente fica o dia inteiro se sacrificando para vender e não vende”, lamenta Mari.

“A gente fecha as portas porque, além de não passar ninguém, fica perigoso. Quando aparece, tem pessoas que não atende pois fica entretido no jogo, e o consumidor procura quem atende”, completa.

Na visão do dono da pastelaria do Milton, José Milton Caetano, de 54 anos, não compensa deixar o comércio aberto. “O movimento cai muito. Não compensa ficar aberto, então, é melhor parar”, diz.

José Milton é dono de uma pastelaria (Foto: Izabela Cavalcanti)
José Milton é dono de uma pastelaria (Foto: Izabela Cavalcanti)

Jogos - Durante os jogos do Brasil na Copa do Mundo, o comércio decidiu fechar as portas para assistir às partidas e depois reabrir. Já algumas empresas liberaram os funcionários, sem precisar retornar para o serviço.

Segundo levantamento de intenção de compras para o período da Copa do Mundo, feito pela IPF/MS (Instituto de Pesquisa Fecomércio MS), mostra que o campo-grandense pretende gastar R$ 200 em produtos para a data.

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