Comprar à vista ou parcelado? Educação financeira começa pelas escolhas diárias
Cartão de crédito é o maior responsável das dívidas de 69,7% das famílias de Campo Grande
Comprar à vista ou parcelar? Essa é uma dúvida muito comum na hora de realizar qualquer compra com o valor alto. Não existe uma resposta certa para essa pergunta, já que cada caso é um caso, mas existem dicas que podem ajudar na hora da decisão.
É necessário se atentar a algumas situações antes de pagar, como: desconto oferecido; se a compra é essencial, mas não tem o valor total; se há taxa de juros dependendo do número de parcelas; e se as parcelas estão de acordo com a realidade financeira.
De acordo com a PEIC (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) de janeiro, o cartão de crédito tem sido o maior “vilão” do endividamento do consumidor campo-grandense.
O levantamento mostra que o cartão acomete 69,7% das famílias; em seguida estão os carnês, 17,7%; financiamento de carro, 8,9% e de casa, 8,8%.
Dos entrevistados, 25% disseram que até 10% da renda está comprometida com parcelas; para 49,3%, de 11% a 50%; 9,6% mais de 50% da renda.
O economista Eugênio Pavão explica que não existe um limite para comprometer a renda. “O limite seria o bom senso, pois existem pessoas que têm quatro, cinco, oito cartões diferentes”, destacou.
No entanto, o profissional orienta para que o consumidor fuja de empréstimos longos. “A dica é fugir de empréstimos e financiamentos longos. O limite é autoimposto, ou seja, não existe uma legislação que determine qual deve ser o gasto com parcelas. É interessante evitar compras por impulso, que geram dívidas e que podem atender a um desejo momentâneo”, pontuou.
Vantagens de pagar à vista? – Ainda na visão de Pavão, o pagamento à vista é aconselhável quando existem descontos, e considera algumas situações.
- Se tiver o dinheiro em mãos;
- Se o desconto for alto;
- Tem uma margem maior para negociar;
- Pensar que é uma possibilidade para não aumentar as dívidas.
Quando pagar parcelado ? – O economista lembra que, geralmente, os pagamentos parcelados contam com juros, então, quando não houver, pode se tornar atraente.
- Se for algo essencial, mas não tem todo o dinheiro na hora;
- Se não tiver taxa de juros;
- Se não tiver desconto à vista pelo produto.
“É interessante que seja feito um planejamento de médio prazo, levando em conta a expectativa de receitas. Créditos como cheque especial, cartão de crédito são inimigos do equilíbrio financeiro”, acrescentou.
Juros rotativos – Desde o dia 3 de janeiro, os juros do rotativo do cartão de crédito passaram a ter novo limite. Agora, não podem superar 100% do valor original da dívida. A medida vale somente para novos financiamentos.
Quando o consumidor não paga o valor total da fatura do cartão até o vencimento, automaticamente começa a valer o crédito rotativo.
Segundo dados do BC (Banco Central), em outubro, os juros do rotativo do cartão de crédito estavam, em média, em 431,6% ao ano.
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