De olho nos incentivos, estrangeiros pretendem investir R$ 4 bi em MS
Cada vez mais empresários estrangeiros escolhem Mato Grosso do Sul para investir. Em 2016 duas novas indústrias multinacionais pretendem se instalar no Estado, sendo uma em Chapadão do Sul e outra em Maracaju. Juntas, elas devem investir quase R$ 4 bilhões, gerar empregos e impulsionar o agronegócio local.
O diretor da Agricon Consultoria, Hudson Garcia da Silva, responsável por intermediar a vinda da primeira indústria de fracionamento de grãos do Brasil para Chapadão do Sul, explica que a escolha do Estado foi influenciada pela disponibilidade de matéria prima, logística de entrega e pelos incentivos fiscais que a empresa recebeu, tanto do município, quanto do governo. O empresário norte-americano pretende investir 140 milhões de dólares.
Não só o Governo do Estado, mas também a prefeitura de Chapadão do Sul deram incentivos fiscais para a implantação da empresa. "Os incentivos fiscais do Estado foram assinados em 2013. O município também doou a área onde a empresa será instalada". Com a chegada da nova indústria, Hudson estima que serão gerados aproximadamente 150 empregos diretos na cidade.
China - Com investimento de pouco mais de R$ 3 bilhões, o acordo de Cooperação firmado entre o governo do Estado, CDB (Banco de Desenvolvimento da China) e o China BBCA Group Corp, vai proporcionar a instalação de uma indústria de processamento de milho e soja em Maracaju, que fica distante 160 km da Capital.
O projeto prevê a capacidade de processamento anual de 1,25 milhão de toneladas de milho, e 1 milhão de tonelada/ano de processamento de soja, 170 mil toneladas de óleo de soja e 810 mil toneladas de pasta de feijão com um investimento total de US $ 1.21 bilhão.
As obras em Maracaju devem iniciar no mês de julho deste ano, com perspectiva de geração de 400 empregos diretos segundo informações da Semade (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico).
Logística - Hudson Garcia afirma que o projeto da indústria de fracionamento terá de passar por uma readequação após as denúncias de que as ferrovias do Estado estão sendo desativadas. "Isso prejudica bastante a implantação da empresa, teremos que usar outras rotas, como embarcações e rodovias para realizar o transporte", conta.
Para José Fernando Grigolli, pesquisador da Fundação MS, a vinda de empresas de fora com o objetivo de investir na cadeia de soja e do milho, é importante para auxiliar também na muito questão infraestrutural. "A gente não consegue via governo manter ou ampliar a nossa malha ferroviária, a nossa capacidade de armazenamento e de escoamento de produção, então a vinda do capital externo é muito interessante para conseguir possibilitar que essa infraestrutura seja melhorada, ampliada, renovada e que os acordos comerciais sejam feitos com mais antecedência possível para conseguir dar um norte para os produtores", diz.
De acordo com Luiz Alberto Moares Novaes, presidente da Fundação MS, a vinda dessas indústrias é positiva para os produtores e para o Estado. Ele afirma que vão criar um mercado consumidor de produtos produzidos aqui em Mato Grosso do Sul. "Isso é muito importante para nós, sempre que se instala uma grande industria aqui no Estado, isso é um grande ganho, pois temos um mercado garantido internamente".