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Economia

Desabastecidas, revendas de gás têm funcionários de braços cruzados

Poucos estabelecimentos comerciais conseguiram botijões nesta terça-feira e produtos foram vendidos rapidamente

Gabriel Neris e Liniker Ribeiro | 29/05/2018 15:44
Funcionários de estabelecimentos estão parados com a falta do gás de cozinha (Foto: Paulo Francis)
Funcionários de estabelecimentos estão parados com a falta do gás de cozinha (Foto: Paulo Francis)

As revendedoras de gás de Mato Grosso do Sul estão desabastecidas e os funcionários, por consequência, ficam com os braços cruzados diante da paralisação dos caminhoneiros autônomos, que chegou ao 9º dia consecutivo. O Estado conta com 5,6 mil empresas, sendo 1,3 mil somente na Capital.

O presidente do Simpergasc-MS (Sindicato das Micro, Pequenas Empresas e Revendedores Autônomos de GLP, Gás Canalizado e Similares do Estado de Mato Grosso do Sul), Vilson de Lima, a situação no interior do Estado é crítica. “Chegamos ao fundo do poço. Desde sábado as companhias não produzem mais. [As revendedoras] estão trabalhando com estoque. A Capital está operando com 5%, amanhã não tem mais”, avisa.

Segundo ele, os municípios menores estão há pelo menos dois dias sem gás. O produto parte das refinarias de São Paulo e são distribuídos por cinco empresas no Estado. Diariamente, em dias comuns, são cerca de 16 mil botijões que chegam a Mato Grosso do Sul.

Outra preocupação das empresas é quanto a folha de pagamento dos seus funcionários. “Nesse momento é difícil prever, isso se não quebrar”, diz o presidente do sindicato.

Rubens Martins diz que conseguiu atender 20 pessoas nesta terça-feira (Foto: Paulo Francis)
Rubens Martins diz que conseguiu atender 20 pessoas nesta terça-feira (Foto: Paulo Francis)

De acordo com o comerciante Rubens Martins Ribeiro, de 48 anos, da Supergasbras, na Vila Sobradinho, cerca de 20 pessoas foram atendidas nesta terça-feira. “Se tivéssemos produtos teríamos vendido tudo. Não tem estoque”, diz. Segundo ele, o moto-entregador está parado. “Não tem previsão para chegar”.

Funcionários de uma distribuidora foram vistos sentados em frente a empresa, indicando que não há como atender os clientes.

De acordo com o Gabriel Menezes, proprietário da Minas Gás, localizada na avenida Eduardo Elias Zarhan, a situação também é precária. “Acabou tudo. Hoje mesmo só consegui 20 botijões, mas já estão todos vendidos. Quando chegaram o pessoal já tinha deixado reservado”.

Ele diz que pega os produtos diretos com a Copagaz, mas recebeu o aviso que não tem nada na distribuidora. “Estou na briga desde sábado”. São mais de 50 ligações recebidas. “Normalmente as vendas são aqui da região, mas o pessoal de outros bairros também está procurando”.

Valdemar Vicente, sócio da Telegás, no Centro da Capital, conta que os 50 botijões de gás que conseguiu pela manhã foram vendidos em 30 minutos. “Acabou. Não tem onde pegar e não tem previsão para chegar. Tem uma semana que está assim”. Segundo ele, cerca de 80 a 100 pessoas têm o procurado diariamente.

A reportagem entrou em contato com uma revendedora de Corumbá. De acordo com a funcionária, que preferiu não se identificar, são cerca de 50 pedidos feitos por dia. O fluxo aumentou, mas o estoque atenderá somente até quinta-feira.

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