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Economia

Do lado de lá da ponte, Carmelo Peralta planeja futuro de milhões de dólares

A meta é ser uma nova Ciudad del Este, que faz fronteira com Foz do Iguaçu

Por Aline dos Santos | 10/12/2024 11:37
Do lado de lá da ponte, Carmelo Peralta planeja futuro de milhões de dólares
Carmelo Peralta é a primeira cidade paraguaia na Rota Bioceânica. (Foto: Henrique Kawaminami)

A empolgação com a obra da ponte bioceânica, que vai fazer a integração rodoviária entre o Brasil e o Paraguai, não é restrita a Porto Murtinho. A cidade de Carmelo Peralta, do outro lado da fronteira, planeja um futuro de milhões de dólares.

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A cidade paraguaia de Carmelo Peralta, localizada na Rota Bioceânica, se prepara para um significativo crescimento econômico com a conclusão da ponte que conectará o Brasil e o Paraguai em março de 2026. Atualmente com uma população entre 3.500 e 4.000 habitantes, a cidade espera um aumento populacional significativo nos próximos 10 anos, impulsionado pelo aumento do comércio e turismo gerado pela nova rota de integração entre o Atlântico e o Pacífico. As obras da rodovia e da ponte já geraram milhares de empregos e atraíram novos negócios, transformando a economia local que antes dependia principalmente do turismo.

Atualmente, a conexão entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta é exclusivamente pelo caminho das águas: é preciso cruzar o Rio Paraguai com embarcações ou balsa (que permite a travessia de veículos).

Com a inauguração da ponte, prevista para março de 2026, será muito mais fácil seguir viagem na Rota Bioceânica, que vai integrar mercadorias e pessoas num roteiro que inclui Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. O trajeto une os oceanos Atlântico (Brasil) e Pacífico (Chile).

O município de Carmelo Peralta surgiu em 1937, mas precisamente a partir de Isla Margarita, a ilha que fica de frente para Porto Murtinho, mas separados pelo rio. As cheias recorrentes forçaram a migração da ilha para o continente.

De acordo com a vereadora María Fátima Duarte, a população de Carmelo Peralta oscila entre 3.500 e 4 mil habitantes. Já em Porto Murtinho, conforme o último Censo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são 12.859 habitantes.

Do lado de lá da ponte, Carmelo Peralta planeja futuro de milhões de dólares
Ponte em construção vai ligar Porto Murtinho e a cidade vizinha de Carmelo Peralta. (Foto: Reprodução)

“Sonhamos com um crescimento como Pedro Juan Caballero. Ou melhor, Ciudad del Este. Acreditamos que vamos chegar a um crescimento bastante grande dentro de 10 anos. Com orçamento municipal de 10 milhões de dólares”, afirma a vereadora. A citada Ciudad del Este fica na fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná.

Por enquanto, Carmelo Peralta tem orçamento anual que varia de 900 mil dólares a um milhão de dólares. Porém, as obras para a Rota Bioceânica já se refletem na cidade.

Do lado de lá da ponte, Carmelo Peralta planeja futuro de milhões de dólares
Carmelo Peralta fica às margens do Rio Paraguai. (Foto: Henrique Kawaminami)

“Vem movimentando muito dinheiro desde a construção da rodovia até a ponte”, diz a vereadora. A cidade recebeu novos comerciantes, como nos segmentos de restaurantes e borracharia.

Há cinco anos, o turismo, fomentado pelos visitantes brasileiros, era disparado a principal atividade econômica em Carmelo Peralta, com vagas para piloteiros de barco e comércio de iscas, por exemplo. As demais atividades eram comércio e agricultura.

A primeira onda de geração de empregos veio com as obras da rodovia da Rota Bioceânica. Conforme a vereadora, foram 1.500 postos de trabalhos para homens e mulheres. A construção da da ponte tem 300 trabalhadores.

Do lado de lá da ponte, Carmelo Peralta planeja futuro de milhões de dólares
Estrutura da ponte bioceânica, avistada do Rio Paraguai. (Foto: Henrique Kawaminami)

O município também abriga um projeto privado de reflorestamento, que emprega 300 pessoas e tem sede na Holanda. As mudas são exportadas para a Europa.

No aspecto econômico, o corredor vai encurtar as exportações para a Ásia: soja, celulose, carnes, minério de ferro. Contudo, além de commodities, o corredor rodoviário abre caminho para o turismo.

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