Gargalo para o Vale da Celulose, moradias foram debatidas entre gestores
Governo do Estado, prefeituras e empresários discutiram viabilidade de casas para mais de 100 mil funcionários
Na manhã desta segunda-feira (11), empresários do setor da construção se reuniram no auditório da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) para discutir as crescentes demandas por moradias na região conhecida como Vale da Celulose.
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Empresários da construção civil se reuniram em Mato Grosso do Sul para discutir as crescentes demandas por moradias no Vale da Celulose, região em rápido desenvolvimento impulsionado pela indústria de celulose. O evento, organizado pela Fiems em parceria com órgãos governamentais, teve como objetivo apresentar oportunidades de investimento e desafios locais, além de discutir programas de moradias subsidiadas. O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, destacou a necessidade de novas moradias devido ao crescimento da região, que deve gerar mais de 100 mil empregos até 2032. A Agehab apresentou programas de subsídios para moradias populares, enquanto os empresários solicitaram a simplificação do processo de financiamento e a elevação do teto de financiamento para imóveis.
Composta por 11 municípios da região leste do Estado, a área tem vivenciado um rápido crescimento impulsionado pela instalação de grandes indústrias do setor de celulose, o que tem gerado um impacto significativo na infraestrutura e na necessidade de habitação.
O evento foi organizado pela Fiems, em parceria com a Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), a Agehab (Agência Estadual de Habitação Popular), vinculada à Seilog (Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística), e o Sinduscon (Sindicato da Indústria e da Construção).
O objetivo foi apresentar aos empresários as oportunidades de investimentos e os desafios locais, além de discutir os programas do governo do Estado voltados para a construção de moradias subsidiadas.
O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, abriu o evento com um panorama dos investimentos em curso e previstos para a região. Ele destacou que, até 2032, mais de 100 mil empregos diretos e indiretos devem ser gerados nos municípios do Vale da Celulose, o que provocará um aumento substancial na demanda por moradias e serviços essenciais, como saúde e educação.
As cidades que abrigam os maiores empreendimentos do setor de celulose, como Ribas do Rio Pardo e Inocência, já enfrentam dificuldades para acomodar os trabalhadores, com uma escassez de moradias e uma alta procura por imóveis de aluguel.
O aumento da demanda tem pressionado o mercado imobiliário, inflacionando os valores dos aluguéis e tornando difícil a permanência de novos moradores.
Durante o evento, Verruck ressaltou que o governo do Estado tem investido fortemente na infraestrutura urbana e logística dessas cidades, mas ainda há uma enorme necessidade de moradias. Ele incentivou os empresários do setor da construção a explorarem as oportunidades que surgem com o crescimento da região.
"A ideia é que vocês sejam prestadores de serviços para construir essas casas, que tenham disponibilidade de criar e oferecer as unidades a essas cidades", afirmou o secretário.
Maria do Carmo Avezani, diretora-presidente da Agehab, apresentou os programas Bônus Moradia e Bônus Moradia Emendas, que oferecem subsídios de até R$ 32 mil para a compra de moradias populares.
Esses programas, que têm um orçamento de R$ 57,9 milhões para 2024, já contam com a participação de 115 empresas e estão sendo executados em 18 municípios. A diretora-presidente destacou que esses incentivos têm como objetivo facilitar o acesso à moradia para famílias de baixa renda, especialmente em áreas em rápido crescimento, como o Vale da Celulose.
No entanto, os empresários também apontaram desafios que precisam ser superados para viabilizar a expansão da construção de moradias. Entre as demandas, destacou-se a necessidade de facilitar o processo de financiamento, especialmente no que diz respeito à agilidade nas negociações com a Caixa Econômica Federal.
Além disso, pediram a elevação do teto de financiamento para imóveis, atualmente limitado a R$ 190 mil nas cidades do interior e R$ 220 mil na capital, considerando o alto custo dos terrenos e da construção na região.
Maria do Carmo prometeu levar essas questões para análise e discussão em um novo workshop, que será agendado em breve, com a participação da Caixa Econômica Federal e outros órgãos envolvidos no financiamento da habitação.
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