Gasolina já é encontrada a quase R$ 6,50 o litro em Campo Grande
Reajuste de 7,2% nas refinarias foi anunciado ontem, mas preço maior já é encontrado hoje nos postos
Não precisou muito tempo para que os postos de combustíveis de Campo Grande se mexessem e reajustassem o preço da gasolina, etanol e diesel. Ontem (8), a Petrobras anunciou o reajuste de 7,2% no preço da gasolina e do gás de cozinha nas refinarias, o que de imediato já gerou um efeito para o consumidor final.
Apesar da logística de distribuição dos combustíveis demandar um tempo do repasse dos produtos para as distribuidoras e aí sim chegar à bomba dos postos, já é possível encontrar o litro da gasolina em R$ 6,48 na venda à prazo, como ocorre na unidade da rede Faleiros, com bandeira Ipiranga, da avenida Guaicurus.
Lá, o preço da gasolina à vista está na casa dos R$ 6,28, enquanto o etanol e o diesel são vendidos à R$ 4,79 e R$ 4,89, respectivamente. Já à prazo, esses produtos eram encontrados no local no fim da manhã desse sábado (9) a R$ 4,99 e R$ 4,89.
"Geralmente eu gastava R$ 200 para encher o tanque, mas ultimamente venho colocando só R$ 40, no máximo, e isso só dá para andar dois dias. Esses preços vão acabar com a gente. Está complica demais", comenta o padeiro Éber de Jesus, de 30 anos.
Morador do Jardim Centenário e dono de um Fiat Pálio, Éber comenta que a gasolina tem preço que oscila a partir do mercado internacional e do preço do dólar, o que dificulta a estabilidade do preço. "Assim nunca vai pra frente. Não tinha necessidade de aumentar tanto, tem dia que estou indo trabalhar de bicicleta. Está difícil".
Ainda na região sul da cidade, na avenida Gury Marques, a gasolina é encontrada à vista por R$ 6,08 no posto Royal Fic (à prazo fica em R$ 6,39), enquanto o etanol é vendido por R$ 4,79 (R$ 4,95 à prazo) e o diesel por R$ 4,99 (R$ 5,18).
Já no posto Ipiranga ao lado, a gasolina é vendida por R$ 6,04 (R$ 6,14 à prazo), o etanol por R$ 4,69 (R$ 4,79) e o diesel por R$ 4,89 (R$ 4,99). Por fim, no posto São Miguel, da avenida Gunter Gans, os preços à vista são de R$ 6,28 a gasolina (R$ 6,48 à prazo), R$ 4,83 o etanol (R$ 4,83) e R$ 4,86 o diesel (R$ 5,06).
"Não está dando para encher o tanque, não. Eu só estou conseguindo colocar R$ 50, no máximo R$ 100, e isso só rende duas idas ao Centro. Isso por que abasteço com etanol. Se fosse com gasolina, seria maior o gasto", conta o zelador Edmar Assis.
Morador do bairro Vespasiano Martins - localizado na região sul de Campo Grande - e dono de um Chevrolet Celta, Edmar frisa que com a remuneração atual dos brasileiros fica insustentável, já que os aumentos dos combustíveis são sucessivos.
"Essa situação é um absurdo. Não tem nem explicação uma coisa dessa. Aumentos sem necessidade, tem mesmo é que reduzir os preços. Não podemos parar de trabalhar, então teria que alguém, os deputados, alguém correr atrás disso aí. Daqui a pouco vamos usar só ônibus pois a passagem vai estar mais barata que a gasolina", desabafa.