Há 9 anos no papel, porto seco não tem nem infraestrutura pronta
Há quase nove anos Campo Grande planeja ter um porto seco capaz de concentrar os transportes logísticos (terrestres, ferroviários e hidroviários) em um único intermodal de cargas. Porém, apesar do tempo passado, o projeto ainda não saiu do papel e nem mesmo as obras de infraestrutura foram concluídas.
O prazo de conclusão das obras, 26 de setembro de 2016, está mantido em convênio firmado entre a prefeitura de Campo Grande e o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte). Mas, na prática, as obras estão paradas faltando itens importantes para serem concluídos, como iluminação e ligação de esgoto.
A empresa responsável por comercializar e operar o intermodal de cargas, a Park X, afirma que já tem clientes interessados em atuar no local, mas aguarda posicionamento da prefeitura sobre o fim das obras. "Está faltando a parte estrutural, mas é muito pouco, uns 5% ou 10%, mas são importantes", afirma o diretor da Halna, empresa que participa do negócio, Arnaldo Halpern.
Otimista, Arnaldo destaca que apesar da crise econômica e o ritmo lento da prefeitura, acredita que o porto seco entre em operação ainda neste ano. "Hoje a maior dificuldade é o momento econômico, mas temos interessados e podemos começar a operar ainda este ano", afirma.
As obras já consumiram R$ 17 milhões e estão paradas desde 2012, quando a empreiteira contratada para tocar o projeto entrou com pedido de recuperação judicial. De lá pára cá, a prefeitura ficou responsável por abrir nova licitação para contratar outra empresa, enquanto a empresa começava a contatar empresas para atuar.
Em resposta ao Campo Grande News, a prefeitura informou que "fez um levantamento sobre o que estava precisando ser feito de infraestrutura no local" e que depois disso, "foi feita uma reunião em Brasília e na sequencia foi aberto uma licitação para fazer as obras no Terminal Intermodal de Cargas".
A nota não detalha datas, ou seja, não explica se quando a abertura de licitação foi aberta, por exemplo. A prefeitura ainda afirma, que "ainda falta a Receita Federal fazer a parte que lhe compete.
De acordo com a Park X, a Receita Federal está analisando pedidos de licenciamento para área alfandegada em Campo Grande, fazendo uso dos modais ferroviário e rodoviário. Questionada sobre o andamento do processo, a Receita Federal disse que "não há nada para falar sobre o porto seco".
O caso - A obra está parada desde 2012 e já recebeu R$ 17 milhões. A construção começou em setembro de 2007. No ano seguinte, o TCU (Tribunal de Contas da União) determinou a suspensão dos trabalhos por problema de execução.
Após dez meses, a obra foi retomada em outubro de 2009. Tendo nova suspensão em 2012, após a empresa responsável pedir recuperação judicial.
Ainda em 2012, a prefeitura habilitou um consórcio poderá explorar o terminal intermodal por três décadas. A concorrência para a outorga onerosa foi vencida pela JBENS Participações Ltda (empresa líder) e Cotia Armazéns Gerais, que formam a Park X.