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Economia

Impacto de embargo a frigoríficos vai depender do mercado, afirma Famasul

Segundo a Famasul, se a medida ficar restrita apenas ao “velho continente”, os efeitos no estado não devem ser catastróficos.

Ricardo Campos Jr. | 20/04/2018 11:30
Linha de produção de frangos (Foto: divulgação)
Linha de produção de frangos (Foto: divulgação)

Como a União Europeia não é um dos principais clientes do setor avícola de Mato Grosso do Sul, os impactos do embargo contra a carne de frango vão depender de como outros países do globo vão reagir à decisão. Segundo a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária), se a medida ficar restrita apenas ao “velho continente”, os efeitos no estado não devem ser catastróficos.

Conforme o Portal G1, os europeus suspenderão as importações desse produto da BRF em Dourados e da Bello em Itaquiraí, além de outros 18 frigoríficos em outras cidades do país.

A analista técnica da Famasul Eliamar Oliveira afirma que essas duas unidades enviaram 700 toneladas de frango ao exterior no primeiro trimestre desde ano, o que representa uma pequena parte do total de 104 mil toneladas produzidas nesse período.

Ela afirma que os principais clientes de Mato Grosso do Sul são o Japão, China e Arábia Saudita, que juntas adquirem mais de 40% do que os frigoríficos locais mandam para o mercado externo.

“O risco para o estado é mais se outros players (clientes) tomarem uma atitude similar, mas se continuarmos fazendo nosso trabalho bem feito, continuaremos mantendo nossos principais destinos”, explica a analista técnica.

Além disso, Eliamar explica que o setor já vinha sofrendo uma retração. Comparando os três primeiros meses de 2018 e 2017, observa-se na produção, segundo ela, uma redução de 0,68% em volume e de 2,1% na quantidade de animais abatidos. Já as exportações subiram, mas como os preços estavam menores, houve queda de 3% no faturamento do setor.

“Outro fator é que a União Europeia já vinha reduzindo as importações de Mato Grosso do Sul em relação ao ano passado. Teve uma retração até drástica em relação a 2017 em 65% na receita e 72% em volume”, pontua.

Por outro lado, segundo a analista, é inegável que o mercado interno será impactado pela decisão. Com mais produtos disponíveis, os preços devem cair e as pessoas devem comprar mais carne de frango.

A decisão da União Europeia foi baseada nos desdobramentos da operação Carne Fraca, que desta vez aponta fraudes em exames laboratoriais para mascarar a presença de salmonela em alguns produtos.

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