ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 32º

Economia

Mudança no ICMS dos combustíveis deverá ser tratada na Reforma Tributária

Proposta foi debatida hoje no fórum dos governadores que teve a presença do titular de MS Reinaldo Azambuja

Rosana Siqueira | 11/02/2020 14:45
Governador Reinaldo Azambuja defendeu fundo de ressarcimento para estados (Edson Leal)
Governador Reinaldo Azambuja defendeu fundo de ressarcimento para estados (Edson Leal)

A mudança no ICMS dos combustíveis deverá ser tratada mesmo dentro da Reforma Tributária. Esta possibilidade foi reforçada hoje durante a VIII Reunião do Fórum de Governadores, em Brasília. O governador do Estado Reinaldo Azambuja participou do encontro e e defendeu a criação do de um Fundo de Ressarcimento dos Estados e a inclusão na Constituição do Fundo de Participação dos Estados (FPE) para que seja possível reduzir o ICMS dos Combustíveis. 

As propostas foram formuladas em meio a polêmica da redução da cobrança de impostos sobre os combustíveis. Na semana passada, Bolsonaro voltou a responsabilizar os Estados pela alta do preço nos combustíveis e, em uma provocação, disse que poderia "zerar" tributos federais caso os governadores também topassem acabar com a incidência do imposto estadual (ICMS).

De 1º de janeiro a 5 de fevereiro, o preço da gasolina nas refinarias caiu 10%, mas, nos postos, o combustível havia subido 1%. Em relação ao diesel, nas refinarias, o preço diminuiu 13% no período, mas ficou praticamente inalterado na bomba. 

O governo defende mudanças no ICMS, que incide sobre o preço do combustível, para que ele passe a ser cobrado como os impostos federais - PIS, Cofins e Cide, com valor fixo sobre o litro. Uma outra proposta seria cobrar o imposto sobre o preço de refinaria, e não sobre o preço de referência - que é reajustado a cada 15 dias e se refere ao preço médio ponderado ao consumidor final.

Ontem o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque afirmou que Bolsonaro não está em guerra com governadores a respeito da incidência do ICMS e o governo deve apresentar este mês mecanismo para conter variação abrupta no preço do petróleo.

Apagando o fogo - O ministro da Economia, Paulo Guedes, que esteve na reunião admitiu que "o modelo econômico é perverso, vamos buscar fazer um programa de substituição tributária. Tem muito imposto dentro da energia brasileira, o caminho para solucionarmos é o Pacto Federativo e a Reforma Tributária”. Guedes enfatizou que “nós vamos ter de trabalhar juntos”. O ministro afirmou que a declaração do presidente Jair Bolsonaro foi “política”, mas que o Governo federal está disposto a dialogar e resolver tecnicamente a questão. Para ele, a reforma “tributária dá para fazer este ano, estamos falando em descentralização de receitas”.

A resposta do ministro visa acalmar os governadores e responder as indagações do Governador Reinaldo Azambuja e de gestores de outros estados sobre a forma que se daria a redução do ICMS dos combustíveis. “Nós já discutimos a Reforma Tributária no Fórum, aprovamos com uma indicação do Fórum que concordávamos abrindo mão do ICMS, os municípios abrindo mão do ISS e a União abrindo mão do PIS/Confins para discutir o IBS, o novo imposto sobre o destino. Nós aprovamos que desde que garantido o Fundo de Ressarcimento dos Estados e o FPE Constitucional, nós governadores estávamos concordando com o fim do ICMS, não só dos combustíveis, mas de todos”, destacou Azambuja.

Durante o evento os governadores ainda discutiram também as quatro PECs (Propostas de Emenda à Constituição) que tratam da Reforma Tributária. O presidente do Comitê dos Secretários de Fazenda (Comsefaz), Rafael Fonteles, explicou os pontos positivos e negativos de cada uma delas para a gestão estadual. Também foram debatidos o Novo Fundeb, com a expectativa que a União complemente em 25% o Fundo, de acordo com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra.

Nos siga no Google Notícias