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Economia

No horário de pico, preço do transporte por aplicativo sobe de novo devido greve

Trecho de apenas 2,3 quilômetros chega a custar mais de R$ 20,00

Liana Feitosa | 21/06/2022 17:35
Mensagem em aplicativo indica que os preços das corridas estão mais altos. (Foto: Direto das Ruas)
Mensagem em aplicativo indica que os preços das corridas estão mais altos. (Foto: Direto das Ruas)

Usar transporte por aplicativo continua difícil no final da tarde desta terça-feira (21). Assim como noticiamos na manhã de hoje o desespero de quem tentou Uber e viu as corridas valendo mais que o dobro, a cena já se repetia antes das 17h. O encarecimento dos preços desse tipo de transporte é reflexo da greve dos motoristas de ônibus, iniciada hoje na Capital.

Uma viagem por trecho de apenas 2,3 quilômetros que custa, em média, R$ 8,00, entre o bairro Jardim dos Estados e a Vila Rica, na região do bairro Coronel Antonino, estava custando R$ 23,50 às 17h20 pelo aplicativo 99Pop.

Já o transporte entre o Jardim dos Estados e o Terminal Rodoviário de Campo Grande, por exemplo, chegou aos R$ 48,20 no final da tarde.

Além dos preços mais altos, o tempo de espera por um motorista também pode ser maior, já que o aumento na demanda faz com que a quantidade de condutores não seja suficiente para atender toda a demanda.

O motorista de aplicativo Alessandro contou que, em apenas uma corrida, conseguiu faturar R$ 70. Entusiasmado com a situação, queria saber até quando a greve vai durar para poder reforçar o orçamento dele.

Apesar de caras, até o fechamento desta matéria, às 17h40, as corridas pareciam estar mais baratas que as verificadas pelo Campo Grande News hoje cedo, por volta das 6h30. No começo da manhã, uma corrida de apenas 6 quilômetros, da Vila Nasser até o Jardim dos Estados, hoje estava custando R$ 42,50, valor mais de duas vezes maior que o costumeiro: em torno de R$ 17,00. Agora à tarde, a viagem pelo mesmo trecho custava R$ 24,92.

De manhã, a recepcionista Bruna Guerreiro tentou usar o serviço para se deslocar do bairro Zé Pereira até o Jardim dos Estados, em um trecho de 11km. Ela geralmente paga entre R$ 20 e R$ 25 pela corrida e, dependendo do horário do dia, a corrida chega a custar R$ 15. No entanto, hoje, ao tentar solicitar motorista em sua casa, a corrida estava R$ 76 e, em uma segunda tentativa, chegou a R$ 86. “Acabei desistindo da corrida e fui para o trabalho de carona com a minha cunhada”, comentou.

Sobre a greve - A decisão da paralisação foi tomada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo e, de acordo com o presidente Demétrio Freitas, a greve é por tempo indeterminado.

A greve começou porque o Consórcio Guaicurus encaminhou um ofício aos trabalhadores anunciando que a situação financeira do grupo é “bastante grave” e não haveria condições de quitar compromissos “inadiáveis”, como pagamento de funcionários e fornecedores.

O repasse do vale referente a 40% dos salários dos trabalhadores já não foi realizado ontem (20). Segundo Demétrio, os veículos não saem das garagens hoje, mesmo que o pagamento seja efetuado ainda nesta terça-feira.

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