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Economia

Petrobras teme prejuízo em vender parte da Eldorado a empresa indonésia

Ricardo Campos Jr. | 07/10/2017 08:23
Fábrica de celulose Eldorado, em Três Lagoas (Foto: divulgação)
Fábrica de celulose Eldorado, em Três Lagoas (Foto: divulgação)

O Petros (Fundo de Pensão dos Funcionários da Petrobras) está reticente em vender para a companhia indonésia Paper Excellence a sua parte nas ações da fábrica de celulose Eldorado, localizada em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande. Os dirigentes temem um prejuízo em torno de R$ 165 milhões com a operação.

Isso porque o Funcef (Fundo de Pensão dos Funcionários da Caixa Econômica Federal), que tinha participação semelhante, optou em vender os ativos e recebeu algo em torno de R$ 650 milhões dos estrangeiros.

O Petros deve receber quantia semelhante se vender as ações, mas segundo informações do Valor Econômico, o MPF (Ministério Público Federal) fez um cálculo que avaliou em R$ 850 milhões a participação da entidade na Eldorado.

A Paper Excellence comprou a unidade, que pertence ao grupo J&F, e mediante repasse inicial de R$ 1,006 bilhão já recebeu 13% dos ativos dos antigos donos, tornando-se sócia minoritária. Contudo, ela não detém o controle da planta, uma vez que a transferência ainda não foi efetivada.

Quando isso acontecer, a empresa indonésia herdará automaticamente as dívidas da produtora de celulose.

Segundo informações do Valor Econômico, o Petros, Funcef e a J&F são cotistas do FIP Florestal, que detém 34,45% das ações da Eldorado. A J&F detém a maior parte e ao assinar o contrato de venda, automaticamente conferiu aos investidores minoritários o direito de se desfazer de suas ações, conhecido como “tag along”.

Caso os fundos optassem em permanecer como acionistas, os indonésios comprariam 17% diretamente das ações que hoje ainda pertencem aos donos da fábrica, elevando sua posição a 30%.

Segundo o Valor Econômico, a Paper Excellence terá até o início de setembro de 2018 para sacramentar a compra do controle e do capital restante da Eldorado. Para essa etapa do negócio, os indonésios estão em contato com instituições financeiras que vão financiar a operação.

Envolvida nas irregularidades investigadas pela operação Java Jato, a J&F assinou um acordo de leniência junto ao MPF (Ministério Público Federal), o que protege a Paper Excellence de ter de pagar as multas que pesam sobre o grupo.

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