Petrobras vai manter regras para venda de fábrica em Três Lagoas
Em reunião, senadora obtém garantia de que condições para negociar unidade de produção de fertilizantes, em construção
Mudanças no comando da Petrobras não vão interferir no processo de venda da UFN-3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), em construção em Três Lagoas –a 334 km de Campo Grande. A garantia foi dada pelo novo presidente da estatal, Ivan Monteiro, a uma delegação sul-mato-grossense comandada por Simone Tebet e Waldemir Moka, ambos senadores pelo MDB estadual.
Monteiro –que assumiu o comando da estatal após Pedro Parente pedir demissão, em meio a impasses sobre a fixação do preço do diesel depois do fim da greve dos caminhoneiros– deu as garantias durante reunião na presidência do Senado, da qual também participaram o prefeito Angelo Guerreiro (PSD) e o deputado estadual Eduardo Rocha (MDB).
“Queremos levar tranquilidade para a população de Três Lagoas de que as obras serão retomadas e haverá geração de emprego e renda para a região”, disse Simone no encontro. Moka, por sua vez, destacou que a fábrica de fertilizantes no Centro-Oeste é fundamental para o agronegócio do país.
Acron – O novo presidente da Petrobras afirmou que acompanhou o processo de construção enquanto ocupou a Diretoria Financeira da empresa, ressaltando ainda o profissionalismo da empresa russa Acron, que atua em 60 países e surgiu como potencial compradora da fábrica.
O grupo já negociou incentivos fiscais com o governo de Mato Grosso do Sul e fecha protocolo de intenções com a Bolívia quanto ao fornecimento de gás para a planta. Os russos, desde 9 de maio, articulam com exclusividade de 90 dias a aquisição junto a Petrobras.
A Acron surgiu como investidora em meio aos desenvestimentos da Petrobras na área de fertilizantes, como forma de estancar a crise que tornou a empresa deficitária.
A unidade de Três Lagoas começou a ser construída em 2011 e foi projetada para ter capacidade de produzir 761,2 mil toneladas de amônia e 1,2 milhão de toneladas de ureia granulada por ano. Incompleta, a unidade já recebeu R$ 3,2 bilhões em investimentos da Petrobras.